Gal Costa eterna: 9 discos fundamentais para lembrar obra da cantora

Artista teve um infarto fulminante aos 77 anos

Por Luiz Fernando Vianna; Especial Para O GLOBO — Rio de Janeiro


Gal Costa morreu nesta quarta-feira (09) Fabio Cordeiro

A cantora Gal Costa nos deixou em novembro de 2022. Aos 77 anos, a artista sofreu um infarto fulminante. Gal adentrou o Tropicalismo ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, seguiu pelos caminhos da MPB e do pop, e se estabeleceu como uma das maiores vozes femininas em um país de enormes vozes femininas.

A discografia de Gal Costa reflete sua multiplicidade. Tem de bossa nova a rock, de guarânia a funk. A cantora apostou em vários caminhos, nem sempre bem trilhados, e nunca deixou de imprimir sua marca . A seleção a seguir não inclui as obras coletivas “Tropicália ou Panis et circencis” (1968) e “Doces Bárbaros” (1976).

Gal Costa, uma das vozes mais cobiçadas da MPB

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‘Domingo’ (1967).

No LP com Caetano, Gal mostrou o quanto era influenciada por João Gilberto. “Coração vagabundo”, interpretado pelos dois, foi o destaque.

‘Gal Costa’ (1969).

A interpretação roqueira de “Divino, maravilhoso” (de Caetano e Gil), no Festival da Record do ano anterior, tinha apresentado uma nova Gal, tropicalista e de voz ampla. O disco ainda tem “Não identificado”, “Se você pensa”, “Que pena” e “Baby” — as duas últimas em duo com Caetano.

‘Fa-tal – Gal a todo vapor’ (1971).

O álbum duplo, gravado ao vivo, é o item mais célebre da discografia. O início é intimista, com ela ao violão em “Falsa baiana”, “Sua estupidez” e outras. Depois, com a força da guitarra, o som fica pesado em “Vapor barato”, “Dê um rolê e “Pérola negra”. O disco combinava desbunde e reação contra a ditadura, que exilara Caetano e Gil.

‘Cantar’ (1974).

Foi um retorno da Gal de voz mais contida e postura não transgressora, o que lhe rendeu críticas. Ao piano e como compositor, João Donato apareceu em “A rã” (com letra de Caetano, produtor do disco) e “Até quem sabe”. A faixa de abertura era a mais pop e foi o hit: “Barato total”, de Gil.

‘Gal canta Caymmi’ (1976).

O sucesso, em 1975, de “Modinha para Gabriela”, tema da novela “Gabriela”, levou a gravadora Philips a propor um disco só com canções de Dorival Caymmi. “Só louco” e “Vatapá” ganharam versões marcantes.

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‘Água viva’ (1978).

Pela primeira vez, Gal gravou Chico Buarque: “Folhetim”. Outro momento alto é “Paula e Bebeto”, parceria de Caetano e Milton Nascimento. A interpretação mais poderosa é a de “Mãe”, canção dilacerante de Caetano.

‘Gal tropical’ (1979).

Estourou com “Força estranha” (Caetano), “Juventude transviada” (Luiz Melodia) e “Balancê”, a marchinha de João de Barro e Alberto Ribeiro. Ela ainda regravou “Índia” e “Meu nome é Gal”.

‘Bem bom’ (1985).

É o disco-síntese de sua fase mais comercial. Tem “Um dia de domingo” (Sullivan e Massadas), em duo com Tim Maia, e “Sorte” (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos), em duo com Caetano.

‘O sorriso do gato de Alice’ (1993).

Só com inéditas de Caetano, Gil, Jorge Ben Jor e Djavan, está na seara dos discos cult de Gal.

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