Lollapalooza: Titãs dão aula de como bandas devem se comportar em um festival

Em derradeira apresentação da turnê “Encontro” brasileiros fizeram jus ao título de atração principal da noite

Por — São Paulo


Liminha, Nando Reis, Paulo Miklos, Tony Belotto e Sérgio Britto no palco do Lollapalooza Edilson Dantas

Depois de riscarem o mapa do Brasil e mais alguns destinos internacionais em 47 apresentações, os Titãs escolheram o Lollapalooza para encerrar a turnê “Encontro” cujo mote era ter todos os membros originais ao mesmo tempo e agora no palco para relembrar as primeiras décadas de trabalho dedicadas ao rock brasileiro.

A receita escolhida pra dizer adeus seguiu os mesmos ingredientes de outros shows da turnê: tudo começou com a oitentista “Diversão” e seguiu para outros existos da mesma época, como por exemplo “Homem primata”.

E se normalmente quem fecha um festival da monta do Lollapalooza são os grandes nomes internacionais, os brasileiros fizeram sua parte para mostrar que tinham um show absolutamente compatível com o horário mais cobiçado da noite.

Lá estava, portanto, toda cor pulsante de telões que cobriam a totalidade o palco, a performance arrebatadora e os hits potentes cantados a plenos pulmões pela plateia — sobretudo no momento dedicado aos clássicos que estão no aclamado acústico de 1997.

Arnaldo Antunes e Branco Mello — Foto: Edilson Dantas

Houve espaço para emoção quando Branco Mello assumiu os vocais de “Tô cansado”, e abrir às milhares pessoas que assistiam que havia passado por problemas de saúde, responsáveis por afetar sua voz. Sobrou vigor nos passos de dança de Arnaldo Antunes — de quem o microfone poderia estar um tanto mais alto. E mesmo o discreto Charles Gavin teve sua hora de brilhar sob “Cabeça dinossauro”.

A arriscada estratégia de mostrar um trecho de memórias da banda, em vídeo, inclusive, foi bem recebida, e ovacionada pela plateia atormentada por uma garoa que se prolongou pelo dia todo.

No maior esquema ganha-ganha, a performance rendeu à banda uma despedida que fez jus ao fim da megaturnê e o festival ganhou um show com alta carga emocional, elemento faltante até agora (embora o Blink-182 tenha chegado perto).

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Sem medo de errar, dá pra dizer que a interação do público nas performances de “Pra dizer adeus” (com entrega de Paulo Miklos) e “Epitáfio” ficam para a história do Lolla.

Talvez a única falha tenha ocorrido na faixa “Flores” que passou por problemas técnicos. Mas logo foi retomada.

O fim se deu sob a esperada “Sonífera Ilha”. Um hit em quilate compatível para dizer adeus — de vez e sem deixar nada a desejar.

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