Quem é Alexandre Santini, que vai assumir a presidência da Casa de Rui Barbosa

Secretário de Cultura de Niterói e um dos formuladores da Lei Aldir Blanc, gestor cultural vai substituir Letícia Dornelles, exonerada no ano passado

Por Gustavo Cunha — Rio de Janeiro


Alexandre Santini com a ministra Margareth Menezes — Foto: Reprodução

Gestor Cultural, Alexandre Santini foi escolhido por Margareth Menezes para presidir a Casa de Rui Barbosa. A informação é da coluna de Ancelmo Gois. Secretário municipal das Culturas de Niterói (RJ) desde o ano passado, o pesquisador de 43 anos colaborou como técnico de Cultura da equipe de transição do governo Lula.

Mestre em Cultura e Territorialidades pela UFF e bacharel em Artes Cênicas pela UniRio, Santini foi diretor de Cidadania e Diversidade Cultural no Ministério da Cultura, em 2015 e 2016. Autor do livro "Cultura viva comunitária: Políticas culturais no Brasil e na América Latina", foi um dos formuladores da Lei Aldir Blanc e um dos coordenadores da Articulação Nacional de Emergência Cultural.

Santini substitui a novelista Letícia Dornelles, exonerada da Casa de Rui Barbosa em dezembro do ano passado, ela afirmou que vinha sofrendo ameaças e assédio moral de Mario Frias, ex-secretário de Cultura. Na época, especulou-se que Letícia havia entregue à equipe da área de Cultura da transição governamental um dossiê contra Frias, o que ela nega.

Indicada à Rui Barbosa em 2019, por indicação do deputado Marco Feliciano (PL), Letícia manteve, nos últimos três anos, uma gestão turbulenta, instituição que abriga importantes arquivos privados de 130 escritores brasileiros, como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Vinicius de Morais e Manuel Bandeira. Em janeiro de 2020, recém-empossada, Letícia exonerou Flora Süssekind e outros quatro chefes de pesquisa. À época, o afastamento foi visto pelos funcionários como perseguição política, já que eles haviam se manifestado contra a nomeação da presidente. Intelectuais e frequentadores da Casa de Rui Barbosa chegaram a fazer um protesto em frente à instituição e os servidores divulgaram um abaixo assinado pedindo a saída de Dornelles. Falaram ainda em "aparelhamento" da casa, alegando que a diretora tinha a intenção de "agradar o governo para manter o seu cargo".

A diretora da Casa de Rui Barbosa Letícia Dornelles: exonerada a menos de um mês do fim do governo Bolsonaro — Foto: Antônio Scorza/Agência O Globo

A experiência de Letícia na área foi questionada pelos pesquisadores desde o dia de sua nomeação. Seu currículo, disponível no site da Casa de Rui Barbosa, tem imprecisões. Nele, a ex-jornalista esportiva e roteirista de novelas — ela foi colaboradora de folhetins como "Por amor" (1997) e "Andando nas nuvens" (1999), além de ter assinado a autoria de tramas como "Metamorphoses" (2004) e "Amigas & rivais" ( 2007) — informa ter sido indicada ao Prêmio Portugal Telecom (atual Oceanos) em 2002, mas a premiação só foi criada em 2003.

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