Confira outros momentos em que Bruno, da dupla com Marrone, teve falas machistas e homofóbicas

Em 2019, o STF entendeu que homofobia e transfobia podem ser enquadrados na lei do Racismo, com pena de um a três anos de reclusão; sertanejo fez piada transfóbica com repórter Lisa Gomes

Por O GLOBO — Rio de Janeiro


O canto Bruno, da banda Bruno e Marrone Divulgação

Mais uma vez, o sertanejo Bruno, da dupla Bruno e Marrone, gerou revolta por falas homofóbicas e transfóbicas, dessa vez voltadas à repórter trans Lisa Gomes. Ela estava cobrindo o show da dupla em São Paulo para o TV Fama, da Rede TV, e, nos bastidores, o cantor perguntou se ela "tinha pau". O comentário foi feito na frente de várias pessoas. Ela estuda, agora, processar o cantor por transfobia.

— Foi muito constrangedor. A sala estava lotada de gente e, quando ele falou aquilo, fez um silêncio, todo mundo olhando para cara do outro e para mim. Ficaram estarrecidos com aquela cena. Foi muito ruim — disse Lisa ao EXTRA.

Em nota, o sertanejo pediu desculpas.

"Ela é do bem, e me mostrou com muita sinceridade que as marcas de todo um processo de vida são eternas, e que cada 'brincadeira' de péssimo gosto como a minha pode trazer tudo à tona", disse Bruno.

Essa não foi, contudo, a primeira vez que o músico teve um comportamento considerado crime no Brasil, já que, em 2019, o Supremo Tribunal Federal entendeu que homofobia e transfobia podem ser enquadrados na lei do Racismo (7.716/1989), com pena de um a três anos de reclusão.

Confira abaixo outros momentos em que Bruno foi machista e homofóbico.

Homofobia em live

Em live do projeto "Cabaré", o cantor Leonardo reuniu Marília Mendonça, Jorge e Mateus e também Bruno e Marrone. Em determinado momento da transmissão, Marília comentou que a cantora e amiga Maiara não gosta da parte traseira da cauda do frango. Foi a deixa para que Bruno fizesse uma brincadeira homofóbica: "O Marrone gosta tanto de sobrecu que chega a dar". O parceiro do músico emendou: "O negócio é ser feliz". Leonardo, por sua vez, respondeu: "Cruz credo". Marília Mendonça falou: "Não fiquem preocupados que eu já estou acostumada com essas brincadeiras".

Machismo escancarado

Quem também ouviu as "brincadeiras" de Bruno foi a apresentadora Flavia Viana, que estava grávida no ano passado e teve de entrevistá-lo. O músico perguntou se ela sabia quem era o pai da criança. Ele, inclusive, propôs que os dois se encostassem, já que o tamanho da barriga impediria que os órgãos sexuais se tocassem.

Na época, Flavia também disse que ficou extremamente constrangida com a abordagem de Bruno, que, por sua vez, pediu desculpas e disse que 'hoje em dia não se pode brincar mais com nada".

'Piranhas' brasileiras

As falas machistas de Bruno têm um histórico de mais de uma década. Em 2011, num show nos Estados Unidos, ele comparou brasileiras a piranhas:

"Aqui não sei se tem rio bom para pescar, mas lá no Brasil tem muitos rios maravilhosos para pescaria. E lá tem cada peixão, aqueles peixão com rabão bonito, do rabão grande. Tem muito pirarucu, pacu, tem piranha. Interessante demais essa pesquisa. As únicas piranhas que saíram de lá vieram morar aqui nos Estados Unidos. Digo, é o contrário! As piranhas, que não eram piranhas, vieram morar aqui nos Estados Unidos, estou falando".

No Facebook da dupla, veio o pedido de desculpas:

Na conta oficial da dupla no Facebook, Bruno deixou uma nota com um pedido de desculpas.

"Não tenho e nunca tive a intenção de ofender as mulheres sejam elas de onde for. Fui gerado por uma mulher, sou casado com uma mulher maravilhosa que meu deu dois filhos, sendo uma menina. Respeito a mulher e sua grandeza concedida por Deus somente à ela. Errei ao brincar e peço desculpas se ofendi alguém. Até porque, são vocês mulheres a minha principal fonte de inspiração, isso pode ser visto ...em minhas canções. Como posso ferir mulheres que considero um “Fruto especial”

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