O diretor teatral Gerald Thomas jogou 40 anos de memória teatral no lixo. Literalmente. Após negociar a venda de seu acervo com instituições brasileiras, jogou em uma caçamba de Nova York seu acervo pessoal. O material, que ficou dois anos guardado em uma empresa de armazenamento de Manhattan, continha preciosidades da carreira do diretor. Por razões econômicas e de espaço, Thomas não conseguiu mais mantê-lo.
"Todo mundo fica indignado e berra “COMO ASSIM? JOGAR FORA? NAAAAOOOO! GERALD !!!! NAO FAÇA ISSO ! ISSO é MUITO PRECIOSO", escreveu o diretor. "Mas ninguém faz nada. Minto. O Leandro Knopfholtz do Festival de Curitiba fez sim, por um ano: colaborou com mensalidades modestas e eu guardava metade num “storage” em Manhattan e o resto em casa. Mas não dá mais (também por razões de espaço: são 2 quartos cheios). ESTOU ME DESFAZENDO DO MEU ACERVO depois de mil e uma confusões sobre compra e venda disso tudo, várias recusas, muita apatia, etc".
De acordo com Thomar, há raridades sobre grandes figuras do teatro como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Tonia Carrero, além de maquetes, cartas e 1200 telas, desenhos e ilustrações.
Thomas conta que tentou negociar o acervo com várias instituições." Em um deles, me disseram que li errado as cláusulas do contrato (inclusive oito pessoas da mesma organização também leram errado o contrato: mas eu fiquei a ver navios então agora vai tudo pro lixo ! Obrigado a todos", concluiu.