ABL homenageia Marina Colasanti e Nizan Guanaes

Cerimônia realizada na noite de sexta-feira (21) marcou os 126 anos da instituição

Por Bolivar Torres — Rio de Janeiro


O presidente da ABL, Merval Pereira (centro), com os homenageados Nizan Guanaes e Marina Colasanti Alexandre Cassiano

A Academia Brasileira de Letras (ABL) comemorou os seus 126 anos ontem à noite, em cerimônia realizada no Salão Nobre do Petit Trianon. O evento ainda teve homenagens à escritora Marina Colasanti, vencedora do prêmio Machado de Assis 2023, e ao publicitário Nizan Guanaes, que recebeu a medalha Machado de Assis.

Para o presidente da ABL, Merval Pereira, a Academia mostra que a cultura tem participação no cotidiano do país e está presente nas decisões da sociedade.

— Fazer 126 anos num país como o Brasil, que esquece o passado muito rapidamente, é importante, é sinal de que a instituição está firmemente fincada na história brasileira e na história da cultura brasileira — disse.

Mais importante prêmio literário da ABL — e também o mais antigo do país — o Machado de Assis é conferido a nomes que se destacam pelo conjunto de sua obra. Em junho, Colasanti foi anunciada como a vencedora deste ano. Ela recebeu R$ 100 mil pelo prêmio.

Uma das autoras mais premiadas do país, Colasanti já venceu sete vezes o Jabuti em diversas categorias, incluindo conto (“Eu não sei se devia”, 1997), poesia (“Passageira em trânsito”, 2010) e infantil (“Breve história de um pequeno amor”, 2014).

— Entro em supermercado e me abordam dizendo que me reconheceram porque leram meus livros na escola. Eles continuam valendo — afirmou Colasanti, em seu discurso na ABL.

Já a medalha Machado de Assis foi entregue a Nizan Guanaes em reconhecimento a serviços relevantes prestados à Academia. Em 2022, o publicitário e consultor baiano criou uma campanha para as comemorações dos 125 anos da ABL. Um dos destaques foi o vídeo “Sou o Brasil; todos os Brasis”, com personagens da literatura que se tornaram populares tanto em filmes quanto na teledramaturgia. A peça ressaltou a simbiose da literatura com a música e a dramaturgia, relembrando o sucesso das novelas da Globo criadas a partir de livros escritos por imortais da ABL.

— Estou muito feliz, e ainda descobri que a medalha foi criada no dia 8 de maio de 1958. E eu nasci no dia 9 de maio — disse Guanaes, que, em seu discurso, se disse honrado com a medalha.

— Quem faz pela Academia não dá, devolve. Eu, tal e qual vocês, tiro meu sustento da língua portuguesa. Só que vocês fazem do simples o profundo — afirmou.

Lygia Fagundes Telles

A cerimônia também foi palco de outros prêmios. Concedido a cada cinco anos a trabalhos sobre o ensino fundamental no Brasil, o Prêmio Francisco Alves foi entregue à secretária de Educação do Estado do Rio, Roberta Barreto. Os funcionários da ABL receberam a medalha João Ribeiro, pelos serviços prestados à cultura. Morta em 2022, a escritora Lygia Fagundes Telles teve o seu centenário lembrado pelos Correios com um selo comemorativo, lançado na cerimônia.

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