Passageiro relata caso de homofobia em Navio da Xuxa: 'Antes de ela cantar a música do arco-íris'

'Bombeiro da produção me disse a seguinte frase: 'para porque tem criança'', disse massagista João Bernardes


A cantora e apresentadora Xuxa em show para fãs em cruzeiro marítimo Divulgação

Passageiro do Navio da Xuxa, que navegou pela costa brasileira entre 22 e 25 de fevereiro, o terapeuta João Bernardes fez um vídeo nas redes sociais acusando um bombeiro da embarcação de homofobia. Segundo João, durante uma apresentação da cantora na última sexta-feira, ele e um rapaz se beijavam quando o funcionário abordou os dois e pediu para que parassem pois havia crianças próximas.

"Eu sofri um caso de homofobia neste final de semana e resolvi contar essa história. Estava eu no navio da Xuxa, na sexta-feira, no show da Xuxa, Xuxa tinha acaba de falar sobre respeito, tolerância, antes de cantar a música do arco-íris. Eu estava beijando um menino, ficando com um menino", contou João. "E aqui vale ressaltar que eu não estava lambendo o menino, não estava passando mão em nenhuma parte do menino, eu não estava transando com o menino. Eu estava apenas dando um beijo. Era apenas um beijo entre dois homens quando fui abordado, importunado, quando meu campo foi invadido por um bombeiro da produção que me disse a seguinte frase: 'para porque tem criança'. Eu perguntei para ele se fosse um casal hétero se ele faria a mesma coisa. Ele não soube responder e simplesmente respondeu que ele tinha sido instruído aquilo. Se foi instruído ou não, eu não sei, só sei que é um caso de homofobia", contou João, que perguntou o nome do funcionário para abrir um boletim de ocorrência, ao que esse se recusou a dar.

João, então, relata que começou a filmar o rosto do bombeiro, na tentativa de identificá-lo, posteriormente, por meio de imagens. Quando ele percebeu a filmagem, se afastou, e João e os amigos foram atrás, mas o funcionário fugiu, como mostra um trecho do vídeo postado pelo massagista, e entrou "numa área reservada e some de vista".

"Eu fui até a produção, epxliquei o caso. Eles foram legais com a gente. Garantiram que não era instrução deles e eu realmente acredito que não seja. Pedi para ele não estar no navio no próximo dia nem no outro porque, depois que a gente voltou, rolaram uns olhares dos seguranças e dos bombeiros, meio que intimidando a gente. Dá um pouco de medo, a gente está ali, dois dias de festa com pessoas olhando feio para a gente. Depois eu não vi ele, então isso foi respeitado. Eu pedi o nome, a produção falou que ia me dar o nome no dia seguinte, não deram. Se limitaram apenas a dar o contato do advogado deles para o nosso advogado entrar em contato".

João, então, elenca os motivos de ter gravado o vídeo:

"Primeiro, eu não passo pano para homofóbico e para caso de homofobia. Segundo, para encorajar as pessoas a relatarem esses casos, a botar a boca no trombone, não dá para ficar quieto mais, não dá para passar pano. Busque os seus direitos. Não é possível que em pleno 2024, a gente ainda sofra esse tipo de oportunção. Empresas, treinem seus funcionários, orientem e, principalmente, selecionem as pessoas. Nenhum evento isso é para acontecer, mas é um evento da Xuxa. Tinha milhares de pessoas LGBTQIAPN+ ali, e um cara homofóbico não pode estar ali num evento desses. Não pode estar em evento nenhum. Espero que isso sirva para não acontecer mais. Talvez não seja o suficiente, mas pelo menos é uma sementinha que eu planto para talvez no futuro isso não mais acontecer.

Procurada, a PromoAção, empresa que organiza o evento, disse ter tomado conhecimento do fato com a postagem e não ter ainda uma posição oficial do departamento jurídico. A MSC Cruzeiro, dona do navio MSC Precioza, está avaliando o caso.

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