Quem é Makayla Sabino, dançarina que criticou Gianecchini nas redes por seu ensaio para viver drag

Aos 24 anos, ela integra o time de dançarinas de Iza e já trabalhou com Anitta, Ludmilla e MC Rebecca

Por O Globo — Rio de Janeiro


Makayla Sabino tem 24 anos Leo Martins / Agencia O Globo

Viralizou nos últimos dias um vídeo no qual Reynaldo Gianecchini aparece dançando Vogue, um estilo americano que tem origem na cultura ballroom, de reafirmação de orientações sexuais e identidades de gênero. Gianecchini está ensaiando os passos para a peça "Priscilla: a rainha do deserto", no qual vai interpretar uma drag queen.

O ator de 51 anos recebeu uma chuva de comentários elogiosos, mas não foi unanimidade. Foi criticado duramente por Makayla Sabino, dançarina que faz parte do corpo de bailarinas da cantora Iza.

"Fico chocada em ver a galera do mundo da dança incentivando algo que está errado", disse Sabino em suas redes sociais. "Não está errado ele (Giane) querer aprender e estudar, mas está errado a forma como aconteceu. A pessoa que deu aula para ele ou montou aquela sequência não sabe absolutamente nada da cultura ballroom, que foi criado por e para pessoas trans e pretas", concluiu.

Quem é Makayla Sabino?

Makayla: 'Não está errado ele (Giane) querer aprender e estudar, mas está errado a forma como aconteceu' — Foto: Leo Martins / Agencia O Globo

Antes de integrar o time de bailarinas de Iza, a dançarina transsexual também já trabalhou com Anitta, Ludmilla e MC Rebecca. Foi ela, inclusive, que substituiu Brunna Gonçalves quando a esposa de Ludmilla deixou seu time de dançarinas.

"Uma pessoa cis e branca jamais conseguirá lhe passar a realidade e vivência desses movimentos, ela mesmo deveria ter esse senso. Não sabe que Madonna foi uma pessoa que se apropriou da cultura. É muito ruim ver isso sendo compartilhado como forma positiva", continuou Makayla em seu desabafo sobre o vídeo de Giane.

Makayla tem mais de 27 mil seguidores em suas redes sociais, onde costuma compartilhar vídeos de dança e outros momentos de seu dia a dia. Ela é adepta do Candomblé e cria do Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Ela conseguiu modificar oficialmente seu nome e seu gênero em seus documentos em 2019, após uma batalha de dois anos na Justiça. Sua transição começou a ocorrer por volta dos 17 anos. Ela já deu entrevistas dizendo que sofreu muito bullying quando era mais nova e que parte da sua família teve muita dificuldade em aceitá-la.

Ainda sobre o vídeo de Gianechinni, ela continuou:

"Me expliquem como uma pessoa branca, elitizada, que não conhece nada sobre o Vogue, porque está nítido ali em todas as movimentações. Como uma pessoa dá uma aula de uma cultura criada por e para pessoas trans, pretas e latinos. As pessoas aplaudem o errado. As pessoas estão se apropriando do que é nosso e não estão pagando. O Vogue é sobre o nosso dinheiro, a nossa vida, a nossa história. Aí chega uma pessoa branca para fazer uma coisa dessa", disse Maykala.

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