Quem quiser saber o que aconteceu com Chico depois de sua meninice em Roma pode ler a biografia “Trocando em miúdos”, de Tom Cardoso. Prefere recordar os embates do compositor com a ditadura militar? Procure “O que não tem censura nem nunca terá”, de Márcio Pinheiro. Gostaria de entender melhor por que ele é um dos maiores artistas e intérpretes do Brasil? Então, invista em “Chico Buarque em 80 canções”.
Chico Buarque na arte, política e futebol: veja imagens da vida do compositor
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Imagem de 1968 que integra a fotobiografia do compositor, 'Revela-te, Chico', organizada por Augusto Lins Soares — Foto: Adhemar Veneziano / Adhemar Veneziano 2 de 26
Chico participa, em 1967, do 17º Concerto da Série Gala, da Orquestra Sinfônica Brasileira, no Teatro Municipal, em que cantou "Carolina" e ouviu, emocionado, a rapsódia composta pelo maestro Lindolfo Gaya e regida pelo maestro Isaac Karabtchewsky — Foto: Arquivo O Globo / Agência O Globo
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Chico Buarque com Helen Regina Meirelles, admiradora de seu trabalho, que o acompanhou nos bastidores do Concerto da Série Gala, da Orquestra Sinfônica Brasileira, no Teatro Municipal — Foto: Arquivo O Globo / Agência O Globo 4 de 26
Chico Buarque de Holanda em foto de 1967 — Foto: Renato de Souza Pereira / Arquivo O Globo / Agência O Globo 5 de 26
Homenagem a Chico Buarque, em março de 1970 — Foto: Agência O Globo 6 de 26
Imagem de 1968 que integra a fotobiografia de Chico Buarque, 'Revela-te, Chico', organizada por Augusto Lins Soares — Foto: Cynira Arruda 7 de 26
Imagem de 1966 que integra a fotobiografia de Chico Buarque, 'Revela-te, Chico', organizada por Augusto Lins Soares — Foto: David Drew Zingg 8 de 26
Chico Buarque em foto de julho de 1972 — Foto: Sérgio de Souza / Agência O Globo 9 de 26
Chico com Nara Leão e Cacá Diegues em 1972 — Foto: Jorge Ventura / Agência O Globo 10 de 26
Chico com a camisa do Fluminense entre outros craques da música como Dori Caymmi, Toquinho e Nelson Motta — Foto: Infoglobo 11 de 26
Chico e Maria Bethânia se apresentam juntos em 27 de maio de 1975 — Foto: Arquivo 12 de 26
No palco, Milton Nascimento e Chico Buarque, em show realizado em Três Pontas (MG) em 1977 — Foto: Paulo Moreira / Agência O Globo 13 de 26
Marco Nanini, Raimundo Fagner, Edu Lobo e Chico Buarque no programa de TV "O corsário do rei" (1985) — Foto: Rede Globo / Divulgação 14 de 26
Imagem que integra a fotobiografia de Chico Buarque, 'Revela-te, Chico', organizada por Augusto Lins Soares e lançada em 2018 — Foto: Ayrton Camargo 15 de 26
Show no Canecão, ao lado de Dona Neuma, Dona Zica e integrantes da Mangueira, em novembro de 1997 — Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo 16 de 26
Chico Buarque em desfile da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, que levou para a avenida o enredo "Chico Buarque da Mangueira", no carnaval de 1998 — Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo 17 de 26
Chico na gravação do clipe de "Carioca", em outrubro de 1998 — Foto: Ana Branco / Agência O Globo 18 de 26
Lançamento do show em Juiz de Fora, em 1998 — Foto: Marizilda Cruppe / Agência O Globo 19 de 26
Retratado em 2004, quando completou 60 anos — Foto: Leo Aversa / Agência O Globo 20 de 26
Chico Buarque joga partida de futebol durante a Festa Literária Internacional de Parati em 2004 — Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo 21 de 26
Chico participa do show "Ô Sorte - Wilson das Neves 80 anos", em 2016 — Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo 22 de 26
Chico durante o Show de Verão da Mangueira, no Vivo Rio, em fevereiro de 2017 — Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo 23 de 26
Chico ao lado do ex-presidente Lula, no plenário do Senado Federal, durante sessão deliberativa extraordinária para votar a Denúncia 1/2016, que trata do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff por suposto crime de responsabilidade fiscal — Foto: Pedro França / Agência Senado 24 de 26
Chico Buarque na turnê nacional de "Caravanas", título homônimo de seu último álbum. Na foto, o compositor com o chapéu que pertenceu ao músico Wilson das Neves, em 2018 — Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo 25 de 26
Em julho de 2018, ao lado de Gilberto Gil, Chico canta no festival "Lula Livre" — Foto: MAURO PIMENTEL / AFP 26 de 26
Chico em comício da campanha de Fernando Haddad, nos Arcos da Lapa, em outubro de 2018 — Foto: Alexandre Cassiano
Confira abaixo mais detalhes sobre cada um desses lançamentos:
“Trocando em miúdos: seis vezes Chico”
Autor: Tom Cardoso. Editora: Record. Páginas: 280. Preço: R$ 79,90.
Política, literatura, fama, polêmicas, censura e futebol. Esses são os temas que guiam a biografia “Trocando em miúdos: seis vezes Chico”, que Tom Cardoso (que também já esmiuçou as vidas de Caetano Veloso e Nara Leão) acaba de lançar. Em vez de seguir uma cronologia tradicional, o autor estrutura o livro em seis eixos que, juntos, perfazem um retrato múltiplo de Francisco Buarque de Hollanda. Em menos de 300 páginas, Cardoso acentua o perfil polímata do filho de Sérgio Buarque de Holanda, que abraçou não só a música, mas também o teatro, a literatura e a política e aprendeu a trabalhar as palavras para decifrar o desejo feminino e as contradições da alma brasileira.
Chico tinha 20 anos incompletos quando os militares implantaram no país um regime baseado na repressão política e cultural. A ditadura tentou impor-lhe um “cale-se”: ele foi censurado, vetado, exilado. Obras como a canção “Tamandaré” e a peça “Roda viva” foram proibidas. O compositor, porém, conseguiu driblar o arbítrio com versos de inteligência e beleza ímpares, como os de “Apesar de você”, que desafiou a censura e venceu.
Em “O que não tem censura nem nunca terá: Chico Buarque e a repressão artística na ditadura militar”, Márcio Pinheiro mostra como os versos do artista se converteram em símbolos da resistência à violência e ao obscurantismo da ditadura. A censura só foi tirar as mãos de Chico, em 1987, às vésperas da promulgação da Constituição Cidadã, quando ele lançou o disco “Francisco”.
“Chico Buarque em 80 canções”
Autor: André Simões. Editora: 34. Páginas: 368. Preço: R$ 87.
O que faz das canções de Chico obras de arte? Essa pergunta é respondida no livro de André Simões, que comenta 80 composições do artista, de “Pedro pedreiro”, de 1965, a “Que tal um samba?”, de 2022. Sem dissociar letra e música, o autor examina joias como “Construção”, “Beatriz” e “Tua cantiga” (parceria com Cristovão Bastos) considerando elementos como arranjo, interpretação, contexto histórico e recepção da canção. As análises de Simões prezam pelo rigor, mas sem alienar o leitor não especializado. Não à toa, o livro traz um glossário com termos como arpejo, cromatismo, harmonia, melodia, paronomásia, redondilha, síncope, tessitura e trínoto, entre outros conceitos próprios à pesquisa musical.