Bolsa brasileira tem maior saída de estrangeiros num 1º semestre desde 2020, no auge da Covid

Foram US$ 7,9 bilhões em retiradas líquidas entre janeiro e junho, pior resultado desde os US$ 16 bilhões do período da pandemia, mostra levantamento da Bloomberg

Por Bloomberg


Painel de cotações da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) Edilson Dantas/Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 03/07/2024 - 08:33

Saída de investidores estrangeiros do Brasil

Investidores estrangeiros retiraram US$ 7,9 bilhões da Bolsa brasileira no 1º semestre de 2024, pior resultado desde 2020. Cenário fiscal e alta do dólar contribuem para a saída de recursos.

Os investidores estrangeiros resgataram mais de R$ 40 bilhões em ações da Bolsa brasileira (B3) neste primeiro semestre, o equivalente a US$ 7,9 bilhões. É o pior resultado para um primeiro semestre desde 2020, no auge da pandemia de Covid, quando os resgates por estrangeiros somaram US$ 16 bilhões, mostra levantamento da Bloomberg.

As retiradas ocorrem em meio a uma crescente desconfiança de analistas com o cenário fiscal para o Brasil e a uma disparada do dólar frente ao real. O cenário internacional, com perspectivas de juros mais altos nos EUA por um período maior, também reduz o apetite dos investidores por ativos de risco, como os de mercados emergentes.

Chama a atenção o fato de que houve retiradas líquidas (ou seja, os resgates superaram os depósitos) em todos os meses deste ano - algo que também não ocorria desde o primeiro semestre de 2020.

Veja, abaixo, o histórico dos investimentos estrangeiros (saldo entre aportes e retiradas) nos primeiros semestres dos últimos anos, segundo levantamento feito pela Bloomberg. Números negativos expressam saída de recursos, números positivos mostram entrada líquida de investimentos.

  • 2008: - US$ 4 bilhões
  • 2009: + US$ 4,8 bilhões
  • 2010: - US$ 1,6 bilhão
  • 2011: - US$ 0,6 bilhão
  • 2012: + US$ 1,5 bilhão
  • 2013: + US$ 2,4 bilhões
  • 2014: + US$ 5,5 bilhões
  • 2015: + US$ 7,2 bilhões
  • 2016: + US$ 3,6 bilhões
  • 2017: + US$ 1,5 bilhão
  • 2018: - US$ 2,4 bilhões
  • 2019: - US$ 1 bilhão
  • 2020: - US$ 16 bilhões
  • 2021: + US$ 3,7 bilhões
  • 2022: + US$ 10,1 bilhões
  • 2023: + US$ 3,5 bilhões
  • 2024: - US$ 7,9 bilhões

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