Entre os muitos prejuízos econômicos recentes causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul, ficaram muito visíveis os sofridos pelas pequenas empresas, particularmente os estabelecimentos de comércio e serviços, que são as mais vulneráveis economicamente aos danos e têm menos acesso a instrumentos financeiros como seguros e crédito.
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A necessidade de ampliar o acesso de MPMEs ao crédito foi discutida numa live realizada na quarta-feira em mais uma edição da série “Caminhos do Brasil”, uma iniciativa dos jornais O GLOBO e Valor Econômico e da Rádio CBN, com patrocínio do Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas federações.
A conversa on-line contou com a participação de Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda; Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV); e Maria Fernanda Coelho, diretora financeira e de Crédito Digital para MPMEs do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A mediação foi dos jornalistas Glauce Cavalcanti, do GLOBO, e Álvaro Campos, do Valor. Você pode ver o vídeo com a live completa no link:
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que o governo ainda está fechando suas estimativas sobre o efeito econômico da tragédia no Rio Grande do Sul.
No entanto, ele avaliou que o impacto negativo será “praticamente todo compensado” pelas medidas de apoio a negócios e famílias no estado anunciadas pelo governo federal. E destacou programas para aumentar a oferta de crédito ou conceder a suspensão de pagamentos de financiamentos públicos.
De acordo com ele, as medidas devem ajudar a atividade econômica do estado a se recuperar e crescer de forma mais rápida no segundo semestre.
— O crédito não resolve todos os problemas, mas é uma esperança de reinício e reconstrução para muitas empresas — afirmou. — Estamos otimistas de que, do ponto de vista econômico, vamos sair com certo equilíbrio desse evento. E estamos trabalhando para que, do ponto de vista humano e social, tenhamos medidas de amparo a famílias e empresas.
A diretora de Crédito Digital para MPMEs do BNDES, Maria Fernanda Coelho, afirmou que as iniciativas da instituição no Rio Grande do Sul foram divididas em três frentes: refinanciamento, operacionalização do sistema de garantias do FGI-Peac Crédito Solidário RS, voltado a micro, pequenas e médias empresas, e a implementação do programa BNDES Emergencial.
Este último, destinará R$ 15 bilhões a negócios de áreas atingidas pelos eventos climáticos extremos e que tenham sofrido perdas materiais. Isso será feito por meio de instituições financeiras locais parceiras. São três linhas de financiamento:
- máquinas e equipamentos;
- investimento e reconstrução;
- e capital de giro.
— Neste primeiro momento, as instituições recepcionam as propostas daquelas empresas da área alagada e a gente inicia o processo de concessão desses créditos — afirmou a diretora do banco de fomento federal. — Em pouco mais de uma semana acredito que teremos dados do volume de recursos já aportado.
O presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, destacou que a entidade está disponibilizando, para consulta de pessoas físicas e jurídicas do Rio Grande do Sul, um consolidado de todas as medidas de apoio a negócios, federais e estaduais já anunciadas.