Empresa de Warren Buffett chega à marca de US$ 1 trilhão. É a primeira fora do setor de tecnologia

Ações do conglomerado do Oráculo de Omaha sobem 0,8% no mercado americano e chegam a patamar inédito

Por Bloomberg — Nova York


Warren Buffett, guru de investidores há décadas e maior sócio da Berkshire Hathaway Daniel Acker/Bloomberg

RESUMO

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GERADO EM: 28/08/2024 - 14:12

Berkshire Hathaway alcança US$ 1 trilhão e Buffett planeja doações

Berkshire Hathaway, empresa de Warren Buffett, atinge US$ 1 trilhão em valor de mercado, fora do setor de tecnologia. Buffett, aos 93 anos, transformou a empresa em um império diversificado. Ações subiram 30% este ano, superando a média do mercado. Buffett planeja doar grande parte de sua fortuna.

A Berkshire Hathaway tornou-se a primeira empresa dos Estados Unidos fora do setor de tecnologia a ultrapassar US$ 1 trilhão em valor de mercado.

As ações do conglomerado de investimentos Warren Buffett subiram até 0,8% nesta quarta-feira, fazendo com que o valor da empresa em Bolsa superasse o US$ 1 trilhão pela primeira vez. Guru de investidores do mundo inteiro há décadas, Buffett, de 93 anos é conhecido como o Oráculo de Omaha.

Agora, a Berkshire Hathaway entrou num seleto clube de companhias que já atingiram a cifra de US$ 1 trilhão e que é dominado por big techs: Alphabet (holding do Google); Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) e Nvidia.

As ações subiram nesta quarta-feira graças ao bom desempenho do setor de seguros e a um clima geral de otimismo maior com a economia americana.

— A Berkshire conseguiu (chegar a US$ 1 trilhão) de uma forma mais lenta, porém mais segura — afirma Steve Check, fundador e diretor de investimentos da Check Capital Management. —É mais difícil ganhar dinheiro da maneira antiga — acrescenta.

Buffett passou a maior parte de sua longa vida trabalhando em um sucesso empresarial e de investimentos. Ele transformou a Berkshire Hathaway de uma fabricante de tecidos em dificuldades financeiras em um vasto império de negócios, com investimentos e participações acionárias em empresas como Apple, Coca-Cola, Visa, Duracell e Kraft-Heinz.

A Berkshire Hathaway, no entanto, reduziu sua participação na Apple em quase 50% como parte de uma enorme onda de vendas que foi feita pela companhia no segundo trimestre deste ano. A venda dos papéis chegou a US$ 75,5 bilhões.

Buffett segue à frente dos negócios e moldou a empresa ao lado de seu parceiro de longa data, Charlie Munger, que faleceu em novembro de 2023 aos 99 anos.

Este ano, as ações da Berkshire Hathaway subiram 30%, bem acima da média das ações americanas e com um desempenho próximo ao verificado pelas maiores ações de tecnologia — um índice que reúne as chamadas Sete Magníficas (Apple, Amazon, Meta, Alphabet, Nvidia, Microsoft e Tesla) avançou 35% este ano.

Warren Buffett, da Berkshire Hathaway: só este ano, empresa engordou seu valor de mercado em US$ 200 bilhões — Foto: Bloomberg

O valor de mercado da Berkshire subiu aproximadamente 20% ao ano desde 1965 até o ano passado — quase o dobro do retorno anual do S&P 500, principal índice do mercado acionário americano nesse período. Isso tornou Buffett um dos homens mais ricos do mundo e, talvez, o investidor mais prolífico de todos os tempos.

Só este ano, a Berkshire engordou seu valor de mercado em US$ 200 bilhões. Sexto homem mais rico do mundo pelo ranking da Forbes de 2024, Buffett tem sua fortuna estimada em US$ 145 bilhões.

Buffett já disse que vai doar mais de 99% de sua fortuna. Até agora, ele doou cerca de US$ 60 bilhões, principalmente por meio da Fundação Gates e das fundações filantrópicas de seus filhos. Em 2010, ele e Bill Gates lançaram o "Giving Pledge", pedindo a outros bilionários que se comprometessem a doar pelo menos metade de sua fortuna para causas beneficentes.

Ele tem uma longa trajetória como investidor. Comprou sua primeira ação há mais de oito décadas, quando tinha 11 anos. E até hoje mora na mesma casa em Omaha, Nebraska, que comprou em 1958 por US$ 31.500.

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