Rio de Janeiro pode ter 100 rotas aéreas para 'carros voadores' em 2035, prevê estudo da Embraer

Levantamento da Eve, empresa o grupo, vê potencial para 245 aeronaves e transporte de 4,5 milhões de pessoas por ano. Galeão terá espaço para pouso e decolagem

Por Bruno Rosa


Eve publica estudo inédito sobre eVTOLs no Brasil com potencial do Rio de Janeiro Reprodução — Foto:

RIO- Os chamados carros voadores (aeronaves de pouso e decolagem vertical, as eVTOLs, na sigla em inglês) podem transportar já em 2035 no Rio de Janeiro cerca de 4,5 milhões de pessoas por ano em mais de 100 rotas áreas entre bairros.

A informação é da Eve, uma empresa da Embraer, que está publica nesta quarta-feira pela primeira vez no Brasil o chamado "Conceito de Operações para o mercado futuro de Mobilidade Aérea Urbana".

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O objetivo da publicação é apontar o potencial do mercado e os desafios para desenvolver o novo segmento de transporte.

O documento prevê ainda que, em 2035, há potencial para o Rio ter em seu espaço aéreo 245 aeronaves. A previsão é que até lá, sejam 37 vertiportos (local para embarque e desembarque).

Dois já foram escolhidos: o Aeroporto Internacional do Rio (Galeão) e o Centro Empresarial Henrique Simonsen, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca.

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Receita de US$ 220 milhões por ano

Com todo esse novo ecossistema, aponta a Eve, é possível gerar uma receita anual de US$ 220 milhões no Rio de Janeiro já em 2035.

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Além do estudo para o mercado carioca, a empresa já concluiu análises semelhantes para Melbourne, na Austrália, e Londres, no Reino Unido.

Estão sendo desenvolvidos estudos semelhantes em Miami e Japão. Em 2035, no mundo, a Eve prevê 23 mil eVTOLs em operação em todo o mundo, gerando receita global de US$ 32 bilhões.

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O estudo indica que no primeiro momento o novo meio de transporte poderia ser usado para conectar bairros com o aeroporto internacional. Para a Eve, em cinco anos esse mercado vai começar a ganhar força.

Conexão do Galeão com Barra e Copacabana

Assim, o documento cita os bairros da Barra da Tijuca, Copacabana e Centro, como os três destinos e origens mais usados pelos passageiros que precisam ir ou sair do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão.

"As três principais origens ou destinos do Rio de Janeiro para os passageiros aéreos do Aeroporto Internacional são Barra da Tijuca, Copacabana e Centro, que respondem por 12%, 22% e 7% do total de passageiros do aeroporto, respectivamente", destacou o estudo.

Eve publica estudo inédito sobre eVTOLs no Brasil com potencial do Rio de Janeiro Reprodução — Foto:

O levantamento prevê que usar o novo veículo de transporte entre esses bairros e o Galeão pode gerar uma economia de tempo de até 75 minutos.

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"Esses lugares foram analisados considerando a população, sua propensão para a adoção antecipada deste novo modelo de transporte, distância percorrida de/para o aeroporto e potencial economia de tempo. Os resultados mostraram que a Barra da Tijuca têm o maior número de adoções iniciais, a melhor faixa de economia de tempo", destacou o documento.

Bagagem e pets são desafios

Ainda de forma preliminar, a Eve destaca que podem ser desenvolvidas rotas como Barra-Copacabana, Centro-Niterói, Copacabana-Niterói e Barra-Recreio, entre outras.

A ideia é que o usuário, ao desembarcar no Galeão, por exemplo, possa fazer o pedido por um aplicativo (semelhante ao Uber). Assim, vai para uma área específica (vertiporto), faz o check-in e realiza o voo.

Mas a simplicidade tem seus desafios. Além da própria estrutura do vertiporto, as bagagens dos passageiros aparecem como um problema a ser resolvido, além do transporte de animais domésticos.

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"Uma ideia para transportar bagagem de tamanho grande é o envio para o destino, integrado no processo do operador ou da companhia aérea. A bagagem regular pode ser enviada da mesma forma (por exemplo, transporte de bagagem em outro veículo) ou reservando um assento adicional", aponta o estudo.

Segundo a Embraer, o estudo foi desenvolvido por meio de uma cooperação com empresas privadas, como EDP, Helisul e Flapper, o RioGaleão, além de órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

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- Todos os participantes deste grupo de trabalho desempenham papeis fundamentais na evolução da mobilidade aérea urbana. Esse documento traz um melhor entendimento das características e desafios desta modalidade de transporte e informações para que o ecossistema possa não só se adaptar, mas também se desenvolver com soluções que irão garantir uma expansão de forma segura e sustentável - disse Luiz Mauad, Vice-Presidente de Serviços e Operações de Frota da Eve.

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