Americanas contrata Rothschild para renegociar dívida com credores

A contratação ocorre em meio a uma briga judicial entre a varejista e o BTG

Por Bruno Rosa — Rio


CEO da Americanas, uma das maiores varejistas do Brasil, renunciou ao cargo depois de ter sido descoberta uma “inconsistência” contábil no balanço da companhia da ordem de R$ 20 bilhões Divulgação

A Americanas informou que contratou a Rothschild para atuar como interlocutor da companhia na renegociação da dívida tanto no Brasil como no exterior.

A contratação ocorre em meio a uma briga judicial entre a varejista e o BTG, que tem dívidas de R$ 1,2 bilhão. No fim de semana, a instituição financeira tentou sem sucesso derrubar a medida de tutela de urgência cautelar obtida pelas Americanas no Tribunal de Justiça do Rio para evitar o vencimento antecipado de suas dívidas.

A varejista informou que as inconsistências de R$ 20 bilhões podem alterar o seu grau de endividamento e provocar o vencimento imediato de dívidas no montante de R$ 40 bilhões. Além do BTG, outros bancos estariam também preparando acionar a justiça para derrubar a tutela de urgência cautelar obtida pelas Americanas.

No exterior, também já começam a circular rumores de ações coletivas nos Estados Unidos.

A decisão obtida pelas Americanas na última sexta-feira na Justiça do Rio impede que os credores peçam a antecipação por 30 dias. Nesse período, a empresa vai decidir se entra ou não com pedido de recuperação judicial.

Em nota e em comunicado à CVM, a varejista disse que "todos os órgãos sociais (conselho, diretoria e comitês) estão trabalhando conjuntamente com o objetivo de manter as operações da companhia de forma adequada e apoiar os trabalhos do Comitê Independente".

A empresa lembrou ainda que "o Conselho de Administração, tão logo se deu conta das inconsistências contábeis, sinalizou o compromisso em divulgar a apuração e ao trabalho de retificação dos números, com seu auditor externo atual".

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