O UBS reduzirá sua força de trabalho entre 20% e 30% após concluir a aquisição do Credit Suisse, segundo fontes disseram ao jornal suíço SonntagsZeitung. O percentual representa um corte de até 36 mil empregos em todo o mundo.
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Até 11 mil funcionários serão demitidos na Suíça, disse o jornal. Juntos, os dois bancos empregavam quase 125 mil pessoas no final de 2022, com cerca de 30% do total na Suíça.
Esse número de demissões previstas supera os 9 mil cortes de empregos que o Credit Suisse anunciou antes de seu resgate pelo UBS no mês passado. Esperava-se que o total final de demissões atingisse um múltiplo desse número, dada a sobreposição considerável entre os dois ex-rivais.
Publicamente, o banco disse que esclarecerá os cortes de empregos assim que possível. Embora estivesse claro que grandes demissões estavam por vir, o UBS vê a retenção de talentos como uma parte significativa do risco de execução da aquisição.
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Empresas como Deutsche Bank, Citigroup e JPMorgan já estão se preparando para recrutar alguns dos banqueiros de investimento e gestores de patrimônio que provavelmente serão demitidos.
A aquisição emergencial do Credit Suisse por seu maior concorrente suíço em um acordo de US$ 3,3 bilhões foi anunciada pelo governo suíço em 19 de março, após cinco dias de negociações mediadas por autoridades.
O governo recorreu à lei de emergência para aprovar o negócio sem ter que buscar a aprovação dos acionistas. Assim, embora se espere que nas assembleias gerais anuais dos dois bancos – que ocorrerão esta semana – ocorram demonstrações de descontentamento, os acionistas terão pouco espaço para agir.
O Norges Bank Investment Management, fundo soberano da Noruega, que é um importante acionista do Credit Suisse, anunciou que votará contra a reeleição de vários diretores do banco, incluindo o presidente Axel Lehmann.
O Financial Times informou no sábado que o UBS tem uma lista de quatro consultores de gestão para assessorar na integração do Credit Suisse. O banco decidirá em breve entre Bain & Company, Boston Consulting Group, McKinsey & Co e Oliver Wyman, informou o jornal, citando fontes.
UBS, Bain, BCG, McKinsey e Oliver Wyman não responderam aos pedidos de comentários.
Negócio sob investigação
A procuradoria federal suíça confirmou neste domingo que abriu uma investigação sobre as circunstâncias da aquisição. A promotoria destacou que busca garantir que o centro financeiro que é a Suíça seja mantido "limpo", disse em um e-mail enviado à agência de notícias AFP.
O Ministério Público Federal "deu ordens" para iniciar uma investigação "depois de ter feito "um inventário da situação com todos os serviços internos envolvidos" e ter "contatado as autoridades nacionais e cantonais", ressalta no e-mail