Petrobras vai reduzir preços de combustíveis na próxima semana, diz presidente da estatal

Jean Paul Prates vai anunciar nova estratégia comercial da estatal na semana que vem

Por Bruno Rosa — Rio


Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, participa de call com analistas para falar sobre os resultados financeiros do primeiro trimestre Reprodução

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, disse que a nova estratégia comercial de preços que está sendo desenvolvida vai ser anunciada na próxima semana. Lembrou ainda que poderá haver queda nos preços de alguns combustíveis.

- Semana que vem vamos falar de preço. Há chance de reajuste na semana que vem, de fazer uma avaliação (de preços) em alguns combustíveis. Mas não vou dar spoiler - disse Prates.

Dados da Abicom, que reúne os importadores, revelam que o valor da gasolina no Brasil está maior em relação ao mercado internacional desde o fim do mês passado. Nesta sexta-feira, por exemplo, a gasolina nos polos da Petrobras é vendida R$ 0,39 acima do exterior. O mesmo ocorre com o diesel. Hoje, o valor da estatal está R$ 0,28 maior.

Segundo ele, a Petrobras vai seguir o critério de estabilidade de preços frente a volatilidade internacional. Além disso, destacou que haverá atratividade para o cliente.

-Não haverá uma abdicação das vantagens da empresa como ter refino e produção no Brasil. Não precisamos ter uma maratona de 118 reajustes de combustíveis como em 2017. Vamos continuar seguindo a competitividade interna em cada mercado que participamos e a referência internacional.

Segundo Prates, a estatal vai praticar preços em equilíbrio com o mercado internacional que garantam a competitividade da companhia:

-Seguimos comprometidos em praticar preços em equilíbrio com o mercado que garantam a competitividade da empresa sem perder a participação de mercado em cada área de influência das refinarias. Nos últimos cem dias, o diesel caiu 23% nas refinarias, a gasolina caiu 4% e o gás natural caiu 19% - disse Prates.

Conteúdo local

Carlos Travassos, diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, disse que a Petrobras já conversa com os estaleiros nacionais para avaliar o tamanho da capacidade de atendimento.

Ele lembrou que o número de módulos de plataformas que estão sendo construídos no Brasil vai passar de 53 esse ano para 61 em 2024.

-Estamos chamando as empresas que estavam fora do radar e vendo as necessidades e colocando as oportunidades. Temos que começar com a capacidade que a indústria pode atender

Segundo ele, a Petrobras reconhece a importância da política de conteúdo local

- Nos Estados Unidos, há conteúdo local para cabotagem; na Alemanha, para indústria de renováveis; na Noruega, em óleo e gás; na Coreia do Sul, para a indústria automobilística. É natural e esperado ter uma política de conteúdo local, seja para desenvolver a indústria ou proteger setores - afirmou Travassos.

Margem Equatorial

Sobre as atividades na Margem Equatorial, entre o litoral das regiões Norte e Nordeste, Ana Paula Zettel, gerente executiva de Exploração & Produção, disse que a empresa está aguardando o posicionamento do Ibama em relação à avaliação pré-operacional para um poço exploratório no Amapá.

-Hoje, a manifestação do Ibama é para Amapá Águas Profundas. Mas nosso portfólio prevê outros poços. Pelo nosso cronograma, a sonda sairia da Foz do Amazonas para o Rio Grande do Norte - disse ela, destacando que cerca de US$ 3 bilhões estão reservados para a região.

Prates afirmou que não há pressão para que o Ibama libere a licença ambiental na região.

-Não há pressão, disputa e animosidade nem com Ibama nem com a ministra Marina (Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima). Estamos conduzindo esse caso com respeito e respostas imediatas a todas as condicionantes e exigências a esse licenciamento. A questão vai se tornando uma decisão do estado brasileiro.

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