Após venda da fábrica, marca de chocolates Pan também será leiloada. Entenda a crise da dona dos 'cigarrinhos'

Leilão será realizado nas próximas semanas, com lance inicial de R$ 27 milhões, informou casa de certames

Por O Globo — Rio de Janeiro


Pan, dos cigarrinhos de chocolate, fez pedido de autofalência à Justiça de SP Divulgação

A marca Pan (Produtos Alimentícios Nacionais), famosa pelos cigarrinhos de chocolate que fizeram sucesso nos anos 60, 70 e 80, será leiloada pela Justiça de São Paulo nas próximas semanas. De acordo com informações da Positivo Leilões, que fará o certame, o lance inicial será de quase R$ 27,6 milhões, valor atribuído por uma perícia judicial à marca, considerando "o valor histórico e o potencial de crescimento em um mercado promissor".

A perícia foi determinada pela Justiça de São Paulo. O valor da venda será usado para pagar credores, já que a companhia apresentou pedido de autofalência dentro do processo de recuperação judicial pelo qual passava desde 2020.

A marca teve a falência decretada pela Justiça no fim de fevereiro deste ano e vendeu sua fábrica localizada em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, para a gigante de chocolates Cacau Show, pelo valor de R$ 71 milhões, na última quinta-feira. O leilão da marca foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em comunicado, a Cacau Show afirmou que o objetivo da aquisição é "preservar e respeitar a história de uma empresa familiar que foi relevante no mercado brasileiro de chocolates", mas não informou se vai participar do leilão da marca. Procurada pelo GLOBO, informou que ainda não tem informações concretas sobre se vai disputar ou não a marca. Os administradores judiciais da Pan não retornaram.

A data de início do leilão ainda não foi fechada, mas o processo de recebimento dos lances será feito virtualmente pelo site da Positivo Leilões, que não deu detalhes sobre como será a disputa e o lance inicial. Segundo a casa de leilões, o relatório de avaliação aprovado pela Justiça calcula que o faturamento da marca pode chegar a R$ 51 milhões em cinco anos.

"Além disso, a avaliação considera que, como as informações do setor e o histórico da PAN apontam uma marca madura e consolidada, a taxa de royalties a ser cobrada num possível licenciamento é de 5%, o que representa mais de R$ 2,1 milhões até 2028. Para a projeção de crescimento perpétuo o valor estimado é de mais de R$ 27,5 milhões", diz comunicado da Positivo.

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A empresa tinha 85 anos e quatro filiais. Em outubro de 2016, foi comprada pelo Grupo Brasil Participações. A administradora judicial tinha afirmado nos autos do processo de recuperação judicial que havia a necessidade da decretação da falência.

Além dos "cigarrinhos de chocolate", que fizeram parte da infância das crianças brasileiras entre os anos 1960 e 1980, a marca também fabricava os "chocolápis" (lápis de chocolate) e as moedas, também de chocolate.

*Estagiária sob supervisão de Danielle Nogueira.

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