Conheça o empresário que arrematou o jatinho da Americanas

A aeronave Phenom 300, fabricada pela Embraer e que pertence à varejista, teve valor acertado de US$ 9 milhões (cerca de R$ 44 milhões)

Por — Rio


Phenom 300, da Embraer, modelo 2014 Divulgação/CFSJETS

O primeiro de uma série de ativos à venda da Americanas foi seu jatinho Phenom 300 por US$ 9 milhões (cerca de R$ 44 milhões se levar em conta o câmbio de hoje, de R$ 4,89). A empresa, que está em recuperação judicial, tenta se desfazer de bens para levantar recursos como parte de sua estratégia de reestruturação, com dívidas superiores a R$ 40 bilhões.

O comprador da aeronave é Beto Studart. O empresário, nascido em 1946 em Fortaleza, já foi vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Na área empresarial, dirigiu a Agripec, com atuação na indústria de produção de defensivos agrícolas. Em 2007, vendeu a empresa para a australiana Nufarm. Com isso, fundou o Grupo BSPAR, com atuação nas áreas imobiliária – com incorporação e construção nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte – e financeira – operando diversos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).

Os negócios de Beto Studart alcançam também o setor da tecnologia da informação e da tecnologia médica com a Studheart Medical Technologies, com foco no desenvolvimento de coração artificial.

Beto Studart, empresário do Ceará, compra jatinho da Americanas — Foto: Divulgação/FIEC

Mas o jato não é o único bem à venda das Americanas. A varejista tenta se desfazer da rede Hortifruti Natural da Terra e da Uni.Co, dona das marcas Puket e Imaginarium.

Como a rede está em processo de recuperação judicial, qualquer venda de ativo precisa ser autorizada pelo juiz da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

Para conseguir o aval judiciário para vender o jato executivo 2014 da Embraer, modelo BEM-505, a Americanas disse que a aeronave demanda custos fixos e variáveis em torno de R$ 1 milhão.

“A Aeronave não é um ativo necessário para a locomoção dos seus membros, de modo que absolutamente injustificável a conservação do bem, que apenas gera despesas e se deteriora, sem nenhuma contrapartida efetiva. Em outras palavras, a manutenção da Aeronave por parte das Recuperandas apenas causa prejuízos”, disse a varejista.

Avião será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo

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O jato executivo Phenom 300, da Embraer, foi fabricado em 2014

A Americanas disse que, segundo o laudo de avaliação da Apsis, o jato da Embraer foi avaliado em R$ 47 milhões, ou US$ 8,7 milhões, com base nos cálculos da consultoria.

O resultado da venda dos ativos está textualmente vinculado ao pagamento dos credores da recuperação judicial, das obrigações do plano de recuperação judicial, segundo a decisão. Segundo a petição, a venda se " reverterá em recursos diretamente afetados ao plano de soerguimento e ao proveito dos credores".

CD em Queimados fecha e venda de carros

A Americanas também está vendendo equipamentos que integram o seu

centro de distribuição (como 28.859 estruturas de porta pallets e 5.829 estruturas de drive-in), localizado em Queimados, no Rio de Janeiro, que será fechado. A GS Montagem vai comprar os itens por R$ 3,853 milhões.

A varejista vai vender ainda, através de leilões, três veículos, como lance mínimo o percentual de 75% sobre o valor da tabela FIPE.

A companhia ainda conseguiu a renovação do aluguel de um imóvel na na Avenida Embaixador Aberlado Bueno, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, dando em troca equipamentos de refrigeração de um outro espaço que será devolvido.

Além da aeronave, a companhia informou ontem que entrou em período de exclusividade com relação a uma das propostas não vinculantes para vender a rede Hortifruti Natural da Terra, com 75 lojas entre Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Além disso, a Americanas, ressaltou outra fonte, decidiu suspender o processo de venda da Uni.Co, já que as propostas recebidas "não refletiam o valor correto dos ativos". Por isso, não está mais nos planos retomar "por agora", lembrou a fonte.

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