Estatal de petróleo de Abu Dhabi oferece R$ 10,5 bilhões por fatia na Braskem

Proposta é superior a ofertas feitas por Unipar e J&F, holding controlada pela família Batista. Petrobras tem direto de preferência


Unidade da Braskem Luke Sharrett/Bloomberg

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GERADO EM: 15/08/2024 - 11:14

Adnoc oferece R$ 10,5 bilhões pela fatia da Novonor na Braskem, superando concorrentes.

A estatal de petróleo de Abu Dhabi oferece R$ 10,5 bilhões pela fatia da Novonor na Braskem, superando propostas da Unipar e J&F. Petrobras tem direito de preferência. Adnoc propõe pagamento em parcelas aos bancos. Outras propostas anteriores de compra não avançaram.

A Abu Dhabi National Oil Company ( Adnoc), a estatal de petróleo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, fez uma nova oferta para comprar a fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem. O valor é de R$ 10,5 bilhões, de acordo com comunicados da Petrobras e da Braskem.

A Petrobras tem 47% do capital votante da Braskem e a Novonor, 50,1%. A estatal, no entanto, está realizando due dilligence na Braskem para avaliar um eventual exercício de tag along ou direito de preferência para comprar a fatia da Novonor na Braskem. A estatal tem preferência em uma eventual venda dos papeis da antiga Odebrecht na Braskem.

A Braskem é líder no mercado de resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC) das Américas, enquanto a Unipar vem na segunda colocação na produção de PVC na América do Sul, sendo a principal produtora de cloro e soda na região.

"Vale destacar que não houve qualquer decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração em relação ao tema", disse a Petrobras. Em nota, a estatal disse que as decisões sobre os investimentos e os desinvestimentos "são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis".

Segundo a Braskem, a proposta da Adnoc permite que a Novonor tenha até 3% do total de ações de emissão da Braskem atualmente, o que implica em um valor de R$ 37,29 por ação. Segundo a Braskem, o montante de R$ 10,5 bilhões serão pagos diretamente aos bancos. Metade será pago à vista e o restante ao longo de sete anos.

Em maio, a Braskem havia recebido oferta de compra conjunta entre o fundo de private equity americano Apollo Global Management e a Adnoc. Porém, segundo fontes, a Apollo teria desistido do negócio.

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Em junho, a Unipar, uma das principais produtoras de PVC, cloro e soda na América do Sul, fez proposta para comprar a totalidade das ações que a Odebrecht tem na Braskem através de uma oferta pública de ações a acionistas minoritários detentores de ações ordinárias e preferenciais. Haveria também uma oferta para comprar até a totalidade das ADRs (recibos depositários americanos) listadas na Bolsa de Nova York. O valor da proposta chegou a R$ 10 bilhões por 34% do capital total da Novonor. Assim, a Novonor ficaria apenas com 4% das ações. Segundo fontes, esse teria sido um pedido da própria Novonor.

Em julho, foi a vez da J&F, holding controlada pela família Batista, apresentar proposta no valor de R$ 10 bilhões pela totalidade das ações da Novonor na empresa.

Antes disso, em 2019, a LyondellBasell tentou comprar a Braskem.

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