O que faz a empresa que dobrou de valor em 9 meses e entrou no seleto clube dos US$ 2 trilhões?

Nvidia faz chips criados originalmente para games e que se mostraram superpotentes para inteligência artificial. Ações da companhia subiram 65% só este ano

Por Bloomberg


Logotipo da Nvidia Bloomberg

A Nvidia atingiu a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado na manhã desta sexta-feira, aproveitando a demanda insaciável por seus chips. É mais um marco na história repentina de sucesso da empresa, a grande vitoriosa na corrida global pela inteligência artificial.

As ações da fabricante de chips subiram até 4,9% nesta sexta-feira. Como a empresa valia US$ 1,96 trilhão na véspera, furou o marco de US$ 2 trilhões, cifra só alcançada por Apple, Microsoft e pela estatal saudita de petrólo Saudi Aramco.

No fim do pregão, no entanto, os papeis desaceleraram, fechando em alta de 0,36% e deixando a empresa com valor de mercado de US$ 1,97 trilhão.

Enquanto a Apple e a Microsoft levaram mais de dois anos para passar de US$ 1 trilhão para US$ 2 trilhões, a Nvidia conseguiu isso em menos de um ano. Há 9 meses, companhia valia US$ 1 trilhão.

Só este ano, as ações da empresa subiram 65%. E, nos últimos dois dias, tiveram um rali, após a companhia divulgar resultados surpreendentes.

No quarto trimestre, o lucro da gigante de chips surpreendeu, ao atingir US$ 12,28 bilhões, avanço recorde de 769% na comparação anual e de 33% em relação aos três meses imediatamente anteriores.

“A computação acelerada e a inteligência artificial (IA) generativa atingiram o ponto crítico. A demanda está aumentando em todo o mundo entre empresas, indústrias e nações”, afirmou Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia no comunicado da empresa divulgado na última quarta-feira, após divulgação dos resultados da empresa.

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Mas o que é Nvidia e para que serve?

A Nvidia domina o mercado de chips gráficos projetados para tarefas complexas de computação necessárias para alimentar aplicativos de inteligência artificial.

A história da Nvidia começou em fevereiro de 1993, em Santa Clara, na Califórnia. Três engenheiros da Silicon Grapichs (Jensen Huang, Chris Malachowsky e Curtis Priem) se juntaram e criaram uma empresa para acelerar os gráficos para PCs.

Era uma aposta no mercado de jogos que começava a florescer. A empresa foi pioneira no desenvolvimento de unidades de processamento gráfico (GPU) e, com o passar dos anos, revolucionou a indústria de games eletrônicos.

Em outras palavras, essa tecnologia é responsável por rodar jogos de alto desempenho de computador e, agora, respondem de forma muito mais rápida também para funções de inteligência artificial.

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