Ações da Braskem caem 16% após Adnoc desistir de oferta de compra

Empresa de petróleo de Abu Dhabi desistiu de adquirir a fatia da Novonor na petroquímica. Papéis chegaram a despencar 16,27% e atingir a mínima de R$ 19,30 nesta segunda

Por — Rio


Entrada das instalações da Braskem em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro Maria Magdalena Arrellaga/Bloomberg

As ações da Braskem (BRKM5) chegaram a despencar 16,27% e atingir a mínima de R$ 19,30 nesta segunda após a notícia de que a Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), estatal de petróleo de Abu Dhabi, desistiu de comprar a fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na empresa. Os papéis encerraram as negociações em queda de 14,53%, a R$ 19,71.

A informação foi dada pela própria Braskem em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), decepcionando investidores de ações que esperavam um acordo.

Em novembro do ano passado, a Adnoc fez uma nova oferta para comprar a fatia da Novonor na petroquímica. O valor anunciado na época foi de R$ 10,5 bilhões.

A Braskem é controlada pela Novonor, que possui 50,1% das ações e tenta vender sua participação na empresa há anos. A Petrobras conta com 47% do capital votante da empresa.

A demanda por plásticos, tintas e peças automotivas fabricadas com os produtos petroquímicos produzidos pela Braskem deve aumentar na América Latina, e as instalações da empresa no Brasil e em outros países podem ser ampliadas. Ainda assim, tem sido um desafio para a Novonor, que enfrenta dificuldades financeiras, conseguir um comprador para sua participação na companhia.

A Petrobras está aguardando que outras empresas façam ofertas por uma participação na Braskem. Em entrevista nesta segunda-feira em Houston, no Texas, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que empresa também poderia exercer direitos preferenciais para a participação.

Prates disse que a Petrobras estaria ansiosa para trabalhar "meio a meio" com um novo parceiro "financeiramente forte", acrescentando que a estatal tem "outras coisas" em andamento com a Adnoc.

A Braskem é líder no mercado de resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC) das Américas, enquanto a Unipar vem na segunda colocação na produção de PVC na América do Sul, sendo a principal produtora de cloro e soda na região.

A Adnoc considerou a Braskem como parte de um impulso para desenvolver um negócio global de produtos químicos e diversificar além do petróleo bruto e produtos refinados.

Mais recente Próxima ‘Brasil é muito atraente para produzir o combustível verde que vai alimentar os aviões no futuro’, diz executivo da Honeywell