O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que a reação do mercado na véspera, com queda na Bolsa e alta do dólar, é resultado dos impactos produzidos pelas políticas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro às vésperas da eleição. Haddad afirmou que agora está "caindo a ficha" do mercado, com o conhecimento dos números sobre as medidas do governo anterior, que tiveram impacto de R$ 300 bilhões, segundo ele, entre gastos e renúncias fiscais — 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para cada.
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— As pessoas estão se apropriando dos números do que aconteceu no Brasil em 2022. Estava num clima de que a economia estava no rumo certo e esse clima está se desfazendo pela apresentação dos números do enorme rombo eleitoral deixado pelo Bolsonaro — disse Haddad, em entrevista ao site “Brasil 247”. — O que aconteceu com o mercado é que está caindo a ficha que a irresponsabilidade tomou conta do país em 2022.
A Bolsa brasileira fechou em queda de 3,06% na segunda-feira, com os papéis da Petrobras desabando mais de 6%, e o dólar subiu 1,52%, a R$ 5,358, em dia de mercados americanos fechados. Uma das causas foi a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre combustíveis. Os decretos publicados no apagar das luzes do governo Bolsonaro, cujo impacto, segundo o ministro, será de até R$ 15 bilhões também afetaram a Bolsa.
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Haddad defendeu que o resultado do gasto foi o aumento dos juros básicos da economia de 2% para 13,75%, "o maior juro real do mundo", embora a alta da taxa Selic tenha se iniciado em março de 2021, em função da disparada da inflação.
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O ministro disse que que, em seu primeiro despacho, apresentará ao presidente Lula um plano de voo com ações de curto, médio e longo prazo para a agenda econômica da nova gestão.
— Vou apresentar um conjunto enorme de ações para ele, de decisões que ele vai ter de tomar, uma a uma — afirmou.
Haddad afirmou que pretende começar a discutir as reformas tributária e fiscal com o Congresso a partir de abril. Segundo ele, o governo deve começar a reforma tributária com a análise dos impostos indiretos, que incidem sobre o consumo, e depois partir para as cobranças diretas, como o Imposto de Renda.
— Não estou dizendo que será fácil fazer a reforma tributária. Mas a situação chegou a tal nível de desorganização que há uma compreensão de que precisamos fazer alguma coisa — disse.