Indicado para a Petrobras descarta intervenção nos preços dos combustíveis

‘Todo o preço será vinculado internacionalmente de alguma forma’, afirma senador Prates

Por Manoel Ventura — Brasília


Lula e o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado para a presidência da Petrobras Reprodução

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado por Lula como presidente da Petrobras, disse que não haverá intervenção nos preços dos combustíveis e que os valores serão vinculados internacionalmente “de alguma forma”. A fala, nesta quarta-feira, ocorre após ele afirmar na semana passada que iria revogar a política de preços da Petrobras, promessa de campanha de Lula. Essa política de preços vincula o mercado doméstico ao valor do dólar e do barril de petróleo.

— Nunca ninguém falou em intervenção. O mercado é aberto e a importação está aberta — disse, no Palácio do Planalto. — A Petrobras não faz intervenção em preços. Ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto. A Petrobras reage a um contexto. A gente vai criar uma política de preços para os nossos clientes.

Prates disse que há uma diferença entre “paridade de importação”, aplicado hoje pela Petrobras, e “paridade internacional”.

— Uma coisa é ter o internacional como referência, outra coisa é se guiar pelo preço de uma refinaria estrangeiro mais o preço para chegar até aqui — afirmou. — Todo o preço será vinculado internacionalmente de alguma forma.

Ele disse que o preço será do “mercado brasileiro”, composto por produção nacional e importada. Para ele, o preço precisa refletir a produção doméstica e a importação.

— Então nós temos que ter um preço que reflita o fato de a gente produzir no Brasil. Não tem porque se assustar com isso.

Prates deu como exemplo os preços da Reduc, refinaria da Petrobras em Duque de Caxias.

— Uma coisa é a oscilação geral do diesel. Outra coisa é dizer que na Reduc, em Duque de Caxias, tem que praticar no mínimo o preço de Rotterdam mais o preço do navio para trazer ele, mais o duto. Sendo que esse diesel foi produzido ali. Isso faz com que sempre esteja praticando o preço como se tivesse importando tudo que consome. É uma simulação que não reflete a realidade — criticou.

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Prates já defendeu, durante a campanha, a adoção de preços de referência regionalizados como política do governo. Isso seria discutido, segundo ele, no âmbito governamental, como na Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O senador também voltou a defender a formação de uma conta de estabilização dos preços dos combustíveis para momentos de crise.

— Quando tem um preço muito alto, as receitas governamentais com petróleo sobem. Esse excedente é devolvido para o cidadão na forma de um subsídio durante o período de crise.

Para ele, "teoricamente, em março, os preços teriam que estar mais baixos do que agora" por conta do fim do inverno europeu e diante do que apontam os contratos futuros.

Na conversa com jornalistas, Prates estimou que assumirá a estatal até o dia 15 de fevereiro.

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