Com 263 bilhões de euros aplicados no país, o Brasil é o maior destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED) da União Europeia (UE) na América Latina e deverá superar a Rússia entre as nações emergentes que recebem recursos europeus, devido à guerra entre russos e ucranianos e ao acordo comercial entre o Mercosul e a UE. Essa avaliação faz parte de um estudo, divulgado nesta sexta-feira, denominado Mapa Bilateral de Investimentos Brasil-União Europeia.
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O estudo foi elaborado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e contém dados até 2020, período anterior ao início do conflito no Leste Europeu. Porém, o levantamento destaca que o acordo comercial entre Mercosul e UE — cuja conclusão ainda está pendente — permitirá um aumento expressivo dos investimentos no Brasil.
“Esse acordo nos proporcionará uma estrutura de ação conjunta em relação aos desafios enfrentados por ambas as regiões: tornar nossas cadeias de valor mais verdes, enfrentar a mudança do clima, fortalecer a cooperação científica e de educação superior, promover o desenvolvimento digital, promover a democracia, o Estado de Direito, a paz e a segurança”, diz um trecho do estudo.
O levantamento também mostra que UE é a principal origem do IED no Brasil. O bloco foi responsável por 49,5% de todo o capital investido no país. Entre 2016 e 2020, houve 385 anúncios de investimentos de empresas europeias, que somaram US$ 20 bilhões e ajudaram a criar mais de 55 mil empregos.
O mundo em imagens nesta sexta-feira
“Entre os grandes grupos europeus atuando no Brasil estão a Stellantis, controladora da Fiat Chrysler e da Peugeot, a Engie e a Telefonica”, afirma o estudo.
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De acordo com o levantamento, há crescente interesse do capital europeu pelo potencial brasileiro na geração de energia verde: dos 133 projetos de infraestrutura que contaram com capital europeu entre 2000 e 2020, 50 eram de parques eólicos e 24 de usinas solares.
Investimentos do Brasil na União Europeia
O mapeamento também mostra que o Brasil foi a principal origem de IED para a União Europeia entre os países da América Latina, com 75,2 milhões de euros em 2020. Esse valor corresponde a mais de 50% dos investimentos da região no bloco europeu.
Os investidores brasileiros priorizam setores de alto valor agregado, como maquinário industrial, software e centros de pesquisa e desenvolvimento na UE. Entre os grandes grupos do Brasil que atual na UE, destacam-se a WEG, a Stefanini e o Nubank.