Em meio à crise e com uma dívida milionária, a Tok&Stok está fechando algumas lojas no país e promovendo saldões com ofertas de até 50% para pôr fim aos estoques nessas unidades. A rede está encerrando as atividades de lojas em cinco estados, incluindo Rio e São Paulo, e no Distrito Federal. O movimento faz parte de um processo de reestruturação financeira da empresa, que tem dívida avaliada em cerca R$ 600 milhões.
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O GLOBO entrou em contato com shoppings onde ficam localizadas algumas dessas unidades da Tok&Stok. Ao menos cinco lojas já fecharam ou se preparam para encerrar as atividades com promoções de queima de estoque, com descontos de até 50%.
A unidade de Fortaleza (CE), sediada no shopping Iguatemi Bosque, já está fechada. As lojas de Shopping Recife (PE), Shopping Piracicaba (SP), Pátio Shopping, em Brasília, e a que fica no Jockey Plaza, em Curitiba (PR) , estão prestes a fechar.
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Também está nessa situação a loja do NorteShopping, no Rio. Segundo funcionários, ela vai encerrar as atividades até dia 30 de abril. Os empregados serão realocados nas demais unidades da Tok&Stok que continuam funcionado. Procurada, a companhia disse que não vai comentar o fechamento das lojas.
Varejo 'figital' para o cliente comprar onde e quando quiser
Segundo informações disponíveis no site da Tok&Stok, a empresa está presente em 22 estados, com cerca de 60 lojas. Somente em São Paulo são 21; já no Rio de Janeiro são seis unidades, incluindo a loja do NorteShopping.
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Prateleiras vazias
O saldão na loja do NorteShopping chegou a viralizar na última semana nas redes sociais. Em cinco dias, as prateleiras cheias deram lugar a espaços vazios. Agora, poucos são os itens encontrados no local. Alguns consumidores saem frustrados da loja.
— Vi um vídeo nas redes sociais sobre a promoção e decidi vir à loja. Mas parece que todo mundo teve a ideia. Fiquei frustrada, está tudo vazio — conta Isabela Urbang, de 21 anos, que saía da unidade do NorteShopping de mãos vazias na última terça-feira.
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Como a liquidação é restrita às lojas físicas que terão as atividades encerradas, outros clientes tentam ainda aproveitar o saldão, mesmo com poucas opções.
— A gente podia ir em uma loja ao lado da nossa casa, mas viemos nessa aqui para aproveitar o desconto. Está valendo a pena. Por enquanto já compramos sete produtos — relata o casal Andressa Holanda, 37, e Ramon Carvalho, 33.
Em busca de um novo sócio
Em fevereiro deste ano, a Tok&Stok contratou a Alvarez&Marsal para renegociar as dívidas e buscar um novo sócio. A crise vivida pela empresa foi evidenciada após uma ordem de despejo de uma unidade em Minas Gerais, por atraso no pagamento do aluguel.
A ação de despejo, na verdade, era apenas a ponta do iceberg de uma companhia que teve sua receita líquida em 2021 de R$ 1,15 bilhões, valor abaixo do período pré-pandemia.
A reestruturação da empresa é mais um exemplo da crise que o setor varejista vem sofrendo. Em 2021, a concorrente direta da Tok&Stok, a Etna, começou a fechar suas portas no Nordeste. O fechamento total das unidades aconteceu em 2022.
Procurada, a Alvarez&Marsal disse que também não vai comentar o fechamento das lojas ou dar detalhes sobre o plano de reestruturação.