O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira a lista de instituições selecionadas para participarem do teste do Real Digital — representação virtual da moeda que circula na economia brasileira. Entre os mais de 100 candidatos, foram escolhidos bancos tradicionais, como Bradesco e Santander; bancos digitais, como Nubank e Inter; a Bolsa de São Paulo (B3); e exchanges (corretoras) de criptomoedas, a exemplo da Foxbit.
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O Real Digital terá o mesmo valor que o papel-moeda, o que possibilita livre conversão no caso de depósitos bancários, pagamento de contas e transferências entre pessoas. A inovação segue uma tendência mundial. Com ela, o BC pretende que alcançar benefícios que vão de maior agilidade para compra e venda de imóveis até a facilitação de pagamentos internacionais.
Nesta primeira etapa, serão testadas as funcionalidades de privacidade e programabilidade na compra de títulos públicos por clientes de diferentes instituições. Assim, o BC irá rastrear problemas operacionais e o risco de vazamento de dados pessoais.
A incorporação dos participantes à plataforma do piloto irá ocorrer até o meio do mês de junho. O objetivo é que a fase de testes termine em dezembro.
Confira as instituições selecionadas:
- Bradesco
- Nubank
- Banco Inter, Microsoft e 7Comm
- Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
- Itaú Unibanco
- Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
- SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
- XP, Visa
- Banco BV
- Banco BTG
- Banco ABC, Hamsa, LoopiPay
- Banco B3, B3 e B3 Digitas
- ABBC: bancos Brasileiro de Crédito, Ribeirão Preto, Original, ABC, BS2 e Seguro; ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
- Banco do Brasil
Empresas comemoraram aprovação
Lucas Rabechini, diretor de Produtos Financeiros da XP Inc., disse estar muito feliz com a consideração da empresa para o projeto piloto do Real Digital, que enxerga com muito potencial se for bem desenvolvido: "Como líder de mercado, é essencial que a XP participe desde as conversas preliminares até a elaboração das soluções finais”.
A proposta da XP tem foco na tokenização da moeda, ou seja, na geração de chaves eletrônicas que registram de forma clara e imutável as informações digitais de uma transação para viabilizar maior segurança. Para isso, a corretora estabeleceu parceria com a Visa, a qual dará suporte com toda a infraestrutura tecnológica de blockchain.
O consórcio proposto pela Associação Brasileira de Bancos também foi aprovado e celebrou a vitória. O grupo liderado pelo Banco Ribeirão Preto (Banco BRP) e formado pelo Banco Brasileiro de Crédito, pelo Conglomerado Original, o Banco ABC Brasil, o Banco BS2 e o PagBank, além da ABBC e das empresas BBChain, Microsoft e BIP, quer "contribuir para facilitar o lançamento do Real Digital em IFs de menor porte”, segundo o diretor de inovação e serviços, Euricion Murari.
— Vamos ter uma oportunidade única de ver instituições diversas e plurais participando da inovação, além de poder testar alternativas de privacidade com outros participantes — comentou André Carneiro, CEO da BBChain.
O Nubank disse acreditar que o "desenvolvimento da plataforma do real digital é o primeiro passo do próximo ciclo de inovação tecnológica no Sistema Financeiro Nacional, tendo a tokenização de ativos financeiros e reais como objetivo a ser perseguido nos próximos anos".
Ao GLOBO, Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, explicou que os projetos com transações de emissão, negociação, transferência e resgate não serão abertos ao público. Serão usados clientes simulados. Mesmo assim, será possível mensurar o potencial dessa tecnologia.
Para a empresa, a vantagem é adaptar a estrutura tecnológica previamente e ganhar vantagem em relação à concorrência, quando a moeda virtual for lançada.
— Para nós da Foxbit é uma oportunidade de adaptação ao funcionamento deste DLT (Hyperledger Besu) para já ir preparando cases para nosso produto, o Foxbit Tokens — comentou Dantas.