Arcabouço fiscal: oposição no Senado foca na retirada de crédito extra para 2024 do texto

Parlamentares protocolaram 33 emendas pedindo mudanças no texto do novo regime fiscal que veio da Câmara. Relator diz analisar retirada de Fundeb e fundo do DF do limite de gastos

Por Victoria Abel


Senador Omar Aziz (PSD - AM). Edilson Dantas / Agência O Globo

Senadores do PL, União Brasil, PSDB, PP e Republicanos já protocolaram 33 emendas solicitando alterações no texto do arcabouço fiscal, aprovado na Câmara dos Deputados. A oposição concentrou pedidos para a eliminação do artigo que permite gastos extras ao governo Lula em 2024.

O mesmo tema foi tratado em emendas de quatro senadores: Plínio Valério (PSDB-AM), Ciro Nogueira (PP-PI), Rogério Marinho (PL-RN) e Tereza Cristina (PP-MS).

Além de permitir despesas extras para o ano que vem, o artigo 15 do substitutivo editado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA) prevê que a compensação de gastos calculados com previsão equivocada ocorra apenas no orçamento de 2025.

Caso o artigo seja derrubado, o governo ficaria limitado a gastar 70% da arrecadação acumulada entre julho de 2022 e junho de 2023, quando a receita total deve ser menor, sem a chance de estimar uma receita extra em 2024.

Cinto mais apertado

Entre outras sugestões da oposição, estão: Eliminar o piso para investimentos públicos, permitir o crescimento real de despesas quando a relação entre o endividamento bruto e PIB for inferior a 70%, Impedir qualquer crescimento real da despesa, quando a relação dívida e PIB ultrapassar a casa de 80%, vedações de gastos do governo imediata e quando resultado primário for inferior à meta, punição de servidores conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O relator Omar Aziz (PSD-AM) demonstrou ser contrário a medidas que levem a maior aperto fiscal ou punições extras ao governo Lula.

Fundo Constitucional do DF

Três senadores protocolaram pedidos de exclusão do Fundo Constitucional do Distrito Federal dos limites do arcabouço fiscal: Eduardo Gomes (PL-TO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Damares Alves (REPUBLICANOS-DF).

OmarAziz afirma que analisa as propostas.

- Vou conversar com o governo, o presidente do Senado e o presidente da Câmara. Vamos conduzir isso na conversa - disse ao GLOBO.

Aziz ressaltou ainda que não quer prejudicar o DF e que apesar de um volume grande de dinheiro passar pelo fundo, não é muito se comparado à dívida já existente do governo federal.

- O que o fundo vai contribuir para o superávit? Se compararmos com o tamanho da dívida, é pouco - completou.

O relator disse, porém, que as mudanças precisam ser analisadas da perspectiva da federação.

Fundeb

Outros três parlamentares pediram a retirada do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica dos limites do arcabouço: Professora Dorinha Seabra (UNIÃO-TO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Alessandro Vieira (PSDB-SE).

A exclusão do fundo educacional é defendida por Omar Aziz. Mas o senador lembrou que vai debater possíveis mudanças com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Educação, saúde e piso da enfermagem

A senadora professora Dorinha Seabra (UNIÃO-TO) ainda pede a exclusão total das despesas constitucionais com educação e saúde dos limites do arcabouço. Em outra emenda, ela também retoma o pedido de retirada do piso da enfermagem da meta de gastos.

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