Com inflação acima de 100% na Argentina, ingressos para show de Taylor Swift viram uma pechincha

Entradas para a área premium custam cerca de US$ 153, de acordo com as taxas do câmbio paralelo, enquanto nos EUA chegam a US$ 1.500

Por Bloomberg — Buenos Aires


Taylor Swift no show de Grendale, no Arizona, Estados Unidos Cassidy Araiza/The New York Times

Os ingressos para assistir as apresentações de Taylor Swift podem custar uma fortuna nos Estados Unidos- onde alguns bilhetes chegaram a custar mais de US$ 1 mil, mas a inflação acima de 100% na Argentina está prestes a transformar seu cobiçado show em uma verdadeira pechincha.

Excluindo as taxas, os ingressos para a área reservada mais próxima ao palco onde a cantora se fará dois shows em novembro custam 75 mil pesos, ou cerca de US$ 153, de acordo com as taxas de câmbio paralelo comumente usadas na Argentina. Para os shows do Brasil, os ingressos para a pista Premium giram em torno de R$ 1 mil.

A barganha dos ingressos já provocou um frenesi nas redes sociais. E assim como os altos preços dos ingressos nos Estados Unidos estão dando aos fãs uma lição sobre oferta e demanda, sua recém-anunciada turnê latino-americana acrescenta ao currículo do Swiftonomics os assuntos de alta inflação e taxas de câmbio.

Tanto que alguns fãs americanos estão comparando o custo de uma viagem completa a uma cidade latino-americana com o preço de um único ingresso revendido nos Estados Unidos.

Alguns dos ingressos mais baratos para os shows deste fim de semana em Chicago ainda estão custando acima de US$ 700 no mercado paralelo. Para outros shows nos Estados Unidos, os ingressos originalmente vendidos por apenas US$ 49 mais taxas geralmente custam mais de US$ 1.500 em aplicativos de revendedores. O voo mais barato de Chicago para Buenos Aires em novembro custa atualmente US$ 911.

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Para milhares na Argentina, o custo final do bilhete premium acabará sendo significativamente inferior a US$ 153. Isso porque os clientes de um banco na Argentina, o Banco Patagonia, terão direito aos primeiros 24.000 ingressos para shows e poderão pagá-los em seis parcelas sem juros, segundo o site de ingressos AllAccess.com.

À medida que a inflação atinge os três dígitos, as taxas de câmbio da Argentina sem dúvida também subirão, sem dúvida, enquanto as parcelas de pagamento em pesos permanecem fixas. Em suma, a economia enxuga o custo das parcelas de pagamento ao longo do tempo.

Os cartões de crédito estão vinculados à taxa de câmbio oficial da Argentina – cerca de 241 pesos por dólar – que está supervalorizada devido a rígidos controles do governo. As taxas informais são cerca do dobro do valor, ou seja, de 490 pesos por dólar.

Para aproveitar a diferença entre as taxas de câmbio, é prática comum no país sul-americano que os consumidores vendam suas economias em dólares no mercado negro por pesos, depositem o dinheiro em pesos no banco e paguem a fatura de cartão de crédito. Pagar parcelado sem juros também é uma estratégia popular para os moradores se protegerem parcialmente da alta inflação e desvalorizações da moeda.

Apesar do agravamento da crise econômica, os argentinos são conhecidos por gastar muito com ingressos quando chegam grandes shows. No ano passado, o Coldplay esgotou 10 shows em Buenos Aires, mais shows em qualquer outra cidade, durante sua turnê mundial.

Com a turnê The Eras Tour em pleno andamento nos Estados Unidos, a Bloomberg News informou que Taylor Swift está ganhando mais de US$ 10 milhões por evento, registrando entre US$ 11 milhões e US$ 12 milhões em vendas de ingressos cada.

Na Argentina, os ingressos para o público em geral na começam a ser vendidos em 6 de junho.

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