Dívida vai para 73,6% do PIB e contas públicas têm déficit de R$50,2 bilhões em maio, aponta BC

Nos doze meses encerrados em maio, houve superávit de R$39,0 bilhões

Por Renan Monteiro — Brasília


Sede do Banco Central do Brasil Andressa Anholete/Bloomberg

A dívida bruta do Brasil subiu para o equivalente a 73,63% do Produto Interno Bruto (PIB) e fechou em mês de maio em R$7,6 trilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira. A elevação foi de 0,7 ponto percentual em relação ao mês de abril deste ano.

O cálculo compreende as contas do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais. É o maior nível desde novembro de 2022, quando a dívida era equivalente ao PIB em 74,17%.

Também foram divulgadas as contas do setor público consolidado, formado por governo federal, estados, municípios e empresas estatais. Houve déficit primário de R$ 50,2 bilhões em maio de 2023, enquanto no mesmo mês do ano passado foram R$ 33 bilhões de saldo negativo.

O resultado do quinto mês deste ano foi o maior para o período, desde maio de 2020 - primeiro ano da pandemia - quando o déficit foi de R$ 131,4 bilhões.

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O déficit primário considera que as receitas ficam abaixo das despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública.

Nos doze meses encerrados em maio, houve superávit de R$ 39 bilhões, equivalente a 0,38% do PIB. A Petrobras e os bancos públicos não entram na conta.

Cenário

Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, aponta que sem crescimento das receitas no segundo semestre, o déficit até o fim de 2023 deve ficar próximo de 1% do PIB. A projeção para a dívida bruta é de 75% do PIB, mesmo com o crescimento maior da economia - projeto na em 2,18% pelo mercado e em 2% pelo Banco Central

— O resultado fiscal segue desafiador para o governo. Estimamos que os gastos públicos devem crescer cerca de 6% em termos reais, considerando as despesas já contratadas com o Bolsa Família, o reajuste dos servidores e aumento do salário-mínimo, que impactam os benefícios previdenciários — diz.

A Genial Investimentos, em relatório, também avalia uma “intensificação da piora” das contas públicas, com menor nível de arrecadação do setor público consolidado. Pelo lado da despesa, a consultoria ressalta que a expansão dos gastos com a aprovação da PEC da Transição continua pressionando as contas públicas ao longo do ano.

“Nesse contexto, projetamos que a relação dívida PIB encerre 2023 em 77,9% do PIB, refletindo um resultado primário consolidado deficitário em 1,5% do PIB no mesmo período”, diz o relatório.

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