Galípolo é exonerado do Ministério da Fazenda, e ex-diretor do WhatsApp é nomeado para o cargo

Braço direito de Haddad será sabatinado pelo Senado em 27 de junho e assumirá diretoria do Banco Central

Por Renan Monteiro, O Globo — Brasília


Galípolo é exonerado do Ministério da Fazenda para assumir diretoria do Banco Central Albino Oliveira

O economista Gabriel Galípolo foi exonerado nesta terça-feira do ministério da Fazenda. O ato abre caminho para ele ser sabatinado no Senado para uma vaga na diretoria do Banco Central.

O ex-secretário-executivo da Fazenda foi indicado pelo governo para assumir a diretoria de política monetária no BC.

A exoneração assinada por Lula foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira. No lugar de Galípolo, o presidente nomeou Dario Durigan, ex-diretor da Políticas Públicas para o WhatsApp, empresa do grupo Meta, no Brasil.

Galípolo, que era braço direito do ministro da Fazenda Fernando Haddad, será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado no dia 27 de junho. Logo após o anúncio do seu nome, em maio, o ex-número 2 da Fazenda argumentou que "seria estranha" a indicação de alguém desalinhado ao governo para o BC.

Ailton Aquino dos Santos também foi indicado pelo governo para a cúpula do Banco Central. O funcionário de carreira da autarquia será o novo diretor de Fiscalização. Os dois indicados precisam ter seus nomes aprovados pelos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário da Casa. A expectativa é que ambos sejam aprovados.

Copom

Com a aprovação esperada, serão as primeiras mudanças na composição do Banco Central durante o governo Lula. Na gestão de Bolsonaro, foi aprovada a autonomia da autoridade monetária, que estabelece mandatos fixos de quatro anos para os diretores e o presidente, com possibilidade de recondução.

Isso impediu que Lula substituísse o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Comitê de Política Monetária (Copom) - que decide a taxa de juros da economia a cada 45 dias - é formado por oito diretores e o chefe da autarquia. O mandatário da diretoria política monetária tem destaque em direcionar o debate sobre a Selic, mas cada membro do Comitê tem autonomia na votação - que tem seguido uma trajetória de unânimidade nas últimas reuniões.

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