Vendas de veículos leves têm pior maio desde 2020, diz Fenabrave

Entidade creditou mau desempenho das vendas do mês passado à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor

Por Vinicius Neder — Rio


Concessionárias mostram preocupação com a falta de data para a redução e temem economia parada Fabio Rossi / Agência O Globo

As vendas totais de automóveis e veículos comerciais leves cresceram em 7,9% em maio ante abril, mas, como o mês passado teve quatro dias úteis a mais do que o anterior, a média diária de vendas caiu 10,3%, mostram dados divulgados nesta sexta-feira pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de carros. No total, foram emplacados 166,4 mil veículos leves em maio, pior desempenho desde 2020. A média por dia útil ficou em 7.560 unidades, ante 8.420, em abril.

A Fenabrave reconheceu que as incertezas em torno de quando chegarão ao consumidor as reduções de impostos anunciadas pelo governo federal, para os carros com preço de até R$ 120 mil, paralisaram as vendas na última semana, mas creditou o mau desempenho das vendas de maio “à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor”.

Segundo a Fenabrave, “há um certo intervalo entre a data da compra do carro e seu registro pela Senatran”, por isso, “devemos sentir uma maior retração nos emplacamentos apenas nos primeiros dias de junho”, diz a nota divulgada nesta sexta-feira pela entidade.

Mesmo com esse “intervalo”, dados semanais apontaram uma retração de 36% nos emplacamentos da última semana de maio ante igual período de abril, quando se considera todos os tipos de veículos, como mostrou na quinta-feira O GLOBO.

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A nota da Fenabrave informou que o presidente da entidade, Andreta Jr., “tem recebido ligações de seus filiados alegando paralisação nas vendas, por conta de o consumidor estar em ‘compasso de espera’” pela efetivação das medidas anunciadas pelo governo.

Na comparação com maio de 2022, as vendas de veículos leves registraram queda de 4,9%, conforme os dados da Fenabrave. Excluindo maio de 2020, auge dos efeitos das restrições ao contato pessoal impostos pela Covid-19, o número de emplacamentos registrados no mês passado foi o pior para o mês desde 2016.

“Na primeira metade da década de 2010, o mês de maio chegou a registrar mais de 300 mil autos e leves emplacados. Precisamos, urgentemente, que as medidas do governo sejam implantadas”, diz a nota divulgada pela Fenabrave.

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