Lula diz que Novo PAC é início do seu terceiro mandato e que vai 'viajar o mundo para vender projetos'

Presidente afirma que investimento de R$ 1,7 trilhão pode crescer se Haddad 'abrir um pouco a mão'. Programa vai reunir 4 milhões de empregos

Por Bruno Rosa, Vinícius Neder e Rafael Galdo — Rio de Janeiro


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança Novo PAC Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que "o PAC é o começo do nosso terceiro mandato", em referência à terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), batizado de Novo PAC. O presidente disse que o programa terá 4 milhões de empregos e que vai rodar o mundo para vender os projetos e atrair investidores.

— Se tudo der certo a gente vai gerar no mínimo 4 milhões de emprego com essas obras — falou.

O Novo PAC foi lançado nesta sexta-feira, no Rio, e terá R$ 1,7 trilhão em investimentos. Mas Lula destacou que o valor poderá aumentar com a inclusão de mais projetos:

— Se o Haddad abrir um pouco a mão, pode ter um pouco mais de dinheiro — disse.

O presidente afirmou que não deixará austeridade fiscal interromper obras.

— É exatamente por isso que assumimos um compromisso moral nesse Novo PAC, de retomar a construção de milhares de obras, não deixar mais que a falta de gestão ou a austeridade fiscal quase obsessiva interrompa pela metade os anseios mais justos da nossa população.

Projetos do PAC que ficaram no papel

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Oportunidades para investidor estrangeiro

Lula disse que o governo vai trabalhar para atrair investimentos estrangeiros para o país.

— Vamos viajar o mundo para vender esses projetos. Tem muita gente querendo investir no Brasil — disse ele, destacando que tinha um representante dos Emirados Árabes no evento

Ele citou que já tem oportunidades na Europa, Estados Unidos, China e países árabes.

— A gente quer o estado indutor. E vamos exercer, pois o estado existe para isso e para dizer como as coisas devem ser feitas.

Dirigindo-se aos empresários, Lula disse que "tem três palavras-chaves para qualquer país: "credibilidade, estabilidade e previsibilidade".

Puxão de orelha em ministros

O presidente aproveitou a ocasião para dar um puxão de orelha nos ministros:

— Ministro vai ter que parar de ter ideia, ministro vai fazer o que foi combinado aqui no PAC — falou.

Em algumas ocasiões, Lula criticou anúncios feitos por ministros que tomaram decisões sem consultá-lo anteriormente. Uma dessas situações envolveu o ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Em março, o Conselho Nacional de Previdência Social reduziu o teto do crédito do consignado do INSS de 2,14% para 1,7% , como queria o ministro. Porém, os bancos suspenderam empréstimos, o Palácio do Planalto reclamou e a taxa subiu para 1,97%.

Assinatura de decretos

O presidente Lula também assinou três decretos antes de discursar na cerimônia de lançamento do Novo PAC.

Além daquele que institui o programa, há outros dois para a criação de comitês interministeriais de aquisições e de qualificação profissional, emprego e inclusão socioeconômica.

Veja as obras mais emblemáticas do PAC

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'Grande potência sustentável'

O presidente Lula também afirmou que o Novo PAC pode contribuir para que o Brasil se torne a "grande potência sustentável do planeta". Em seu discurso, ele ressaltou que será investido cada vez mais nas energias eólica e solar, em biomassas e hidrogênio verde.

— Temos enorme potencial de energia limpa e sustentável — afirmou Lula, após ressaltar que esta nova etapa do PAC também tem a sustentabilidade como um dos pilares.— O crescimento do Brasil voltará a ser correto e acelerado, mas terá que ser sustentável.

Ao falar de combustíveis mais limpos, Lula chegou a brincar com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, após a entrega de ônibus com combustíveis fósseis do BRT nesta quinta-feira:

— Eduardo Paes, trate de trocar sua frota de ônibus para colocar outra.

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