Após a Gol anunciar mais voos no Galeão, a partir de outubro, a RIOgaleão, concessionária que administra o terminal, projeta crescimento de 53% nos voos domésticos neste segundo semestre ante a segunda metade do ano passado.
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Ao mesmo tempo, a companhia aérea Azul anunciou a suspensão de voos diretos do Rio para sete cidades, por causa das restrições ao Santos Dumont, no Centro da cidade. Mesmo assim, a expectativa da RIOgaleão é por novos anúncios de mais voos em dezembro, de olho nas festas de fim de ano e nas férias de janeiro.
Para incentivar as companhias aéreas a criarem voos no Galeão, a RIOgaleão conta com restrições ao Santos Dumont, no Centro da cidade, mas oferece também descontos nas tarifas cobradas das empresas, incluindo algumas isenções totais por seis meses, disse ao GLOBO o diretor de Negócios Aéreos da concessionária, Patrick Fehring.
— Isentamos por seis meses de tarifas de pouso e de permanência. E compartilhamos uma parte da nossa taxa de embarque, tipo um bônus por passageiro, em rotas novas, de companhias que, neste momento não operam no Galeão, e agora vão operar — disse Fehring.
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Segundo o executivo, a estratégia da concessionária é “apoiar” as empresas aéreas na mudança para o Galeão. Passados os seis meses de isenção, a ideia é negociar com cada companhia “incentivos de longo prazo” para operar no terminal internacional, completou Fehring.
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Internacional se recupera
Com mais voos domésticos, a RIOgaleão projeta aumento de 42% na oferta de voos internacionais neste segundo semestre, ante igual período de 2022. Segundo Fehring, a americana Delta sinalizou que considera manter o voo sem escalas entre Rio e Atlanta durante o ano inteiro, disse o executivo — hoje, a rota funciona apenas entre novembro e março.
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Os contatos comerciais da concessionária ocorrem em meio ao início da redução de voos no Santos Dumont. A Azul anunciou a suspensão, a partir de outubro, de voos diretos do Rio para Brasília, Campos de Goytacazes (RJ), Florianópolis, Maceió, Porto Seguro, Vitória e Goiânia. Indagada, a empresa não respondeu sobre novos voos no Galeão.
A suspensão dos voos tem a ver com a redução da capacidade do Santos Dumont, que opera no limite, a um fluxo de dez milhões de passageiros ao ano. A partir de outubro, a Gol vai reduzir a oferta de bilhetes no Santos Dumont em 35,76%, a Azul em 22% e a Latam em 26,2%.
No fim do mês passado, a Gol anunciou aumento de voos no Galeão. A empresa vai ampliar a oferta de voos no terminal em 38% em outubro e em 110% a partir de novembro. Com isso, em novembro, a Gol já oferecerá mais assentos em voos operados no Galeão do que no Santos Dumont.
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Latam e Azul estão atrás da Gol na realocação de sua malha para o Galeão, mas Fehring prevê anúncios para o fim do ano. A partir de janeiro, o Santos Dumont passará por novas mudanças, com a operação restrita a voos em um raio de 400km. A expectativa é que as companhias façam os ajustes nas malhas em dezembro, antes das festas de fim de ano e das férias escolares de janeiro.
O modelo de operação no Santos Dumont a partir de janeiro foi acordado em reunião no último dia 10, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio. O objetivo é incentivar um aumento do fluxo no Galeão, defendido pela prefeitura e pelo governo do Estado do Rio.
A Latam informou que “está ciente da publicação sobre as mudanças da aviação comercial no Rio de Janeiro e informa que as alterações em sua malha aérea serão comunicadas oportunamente pela companhia aos seus clientes”.
A Azul disse que “se viu obrigada” a suspender os sete voos diretos para o Rio “devido às restrições de capacidade operacional impostas no Aeroporto Santos Dumont”. A empresa informou que “os clientes com passagens adquiridas para as rotas suspensas estão sendo informados e receberão toda a assistência necessária”. Eles serão “reacomodados em outros voos da empresa ou terão o ressarcimento integral do valor pago pelo bilhete”.
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A RIOgaleão, controlada pela Changi, operadora aeroportuária de Cingapura, confirmou também que mantém o interesse em permanecer na concessão do aeroporto, após o Tribunal de Contas da União (TCU) dar aval para isso, em decisão no início deste mês.
No ano passado, a operadora anunciou que iria fazer uma devolução amigável do aeroporto e solicitar o ressarcimento de investimentos feitos, diante do esvaziamento do terminal. Neste ano, manifestou a intenção de voltar atrás e permanecer, desde que haja revisão das condições do contrato.
Segundo a RIOgaleão, a Changi reiterou formalmente o interesse em buscar solução com o governo federal, em comunicados enviados ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e ao Ministério de Portos e Aeroportos, em junho e no início do mês.
“Neste momento, a concessionária e seus acionistas avaliam as condições estabelecidas pelo TCU”, diz a empresa, em nota.