No ranking dos maiores juros reais do planeta, Brasil agora é superado pelo México

Após queda de 0,5 da Selic, país deixou a primeira colocação depois de sete reuniões consecutivas do Banco Central

Por — São Paulo


Juros: Brasil deixou a primeira posição no ranking dos maiores juros reais, mas só é superado pelo México Freepik

Com a queda de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, referência de juros para o mercado, o Brasil sai da primeira posição no ranking dos países com os juros reais mais altos do mundo. Com a decisão do Banco Central de baixar a Selic para 12,75% ao ano, os juros reais (descontando a inflação) no país ficam em 6,40%, sendo superado pelo México, que tem taxa real de 6,61%.

O Brasil ficou durante sete reuniões consecutivas do Copom no topo do ranking, mesmo em agosto, depois de ter iniciado o atual ciclo de queda dos juros.

O ranking do site MoneYou, que pesquisa os juros em quarenta países, considera a taxa de juros a mercado no vencimento mais líquido de 12 meses e a inflação projetada para os 12 meses consecutivos, como referencial. Ainda assim, os juros reais no Brasil continuam elevados, segundo os economistas.

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  1. México: 6,61%
  2. BRASIL: 6,40%
  3. Colômbia: 5,10%
  4. Hungria: 5,05%
  5. Indonésia: 4%
  6. República Tcheca: 3,71%
  7. Chile: 3,69%
  8. Rússia: 3,59%
  9. Hong Kong: 2,97%
  10. África do Sul: 2,67%

Fonte: MoneYou

— O Brasil reduziu brevemente as dúvidas na ancoragem das expectativas de inflação. Mas o arcabouço fiscal foi aprovado com premissas muito otimistas de superávit — afirma o economista Jason Vieira, do site MoneYou e autor do ranking, referindo-se às dúvidas sobre a gestão das contas públicas no país (que influenciam na inflação).

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Na avaliação dele, uma queda de juros mais forte ainda não é possível. O economista lembra também que, no exterior, o ambiente é de incertezas. Os Estados Unidos continuam a registrar pressões inflacionárias e o mercado de trabalho americano se mostra aquecido, dificultando também a queda dos juros. Na China, há problemas na oferta de crédito e a desconfiança em relação ao sistema financeiro chinês cresce.

No ranking, a Colômbia aparece em terceiro lugar com juros reais de 5,10%, seguida pela Hungria, com taxa de 5,05% e Indonésia, com 4%. O Chile aparece na sétima colocação, com juros de 3,69%. No ranking de 40 países, 52,50% mantiveram os juros em suas últimas reuniões de banco centraios, enquanto 37,50% elevaram as taxas e 10% cortaram.

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