Tribunal argentino diz que reforma trabalhista de Milei é inconstitucional

Juízes afirmam que a proposta deveria ser implementada por meio do Congresso e não por uma ordem executiva urgente

Por Bloomberg — Buenos Aires


Argentinos foram às ruas da Argentina em uma greve geral no dia 24 de janeiro Sarah Pabst/Bloomberg

Um tribunal argentino decidiu hoje que a reforma trabalhista que o presidente Javier Milei tentou implementar por meio de um decreto é inconstitucional, em mais um golpe aos planos de reforma da economia.

O tribunal já havia suspendido a reforma trabalhista anunciada por Milei em 3 de janeiro, atendendo a uma solicitação do poderoso sindicato CGT. Os líderes sindicais realizaram uma greve nacional na última quarta-feira contra as reformas do governo.

O governo poderia ter proposto a reforma por meio do Congresso, em vez de tentar implementá-la por meio de uma ordem executiva urgente, escreveram os juízes na decisão.

O único recurso de Milei é apelar para a Suprema Corte ou forçar a reforma no Congresso. A Câmara dos Deputados da Argentina realizará uma sessão na quarta-feira para debater o chamado projeto de lei geral de Milei.

Greve geral na Argentina

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As medidas trabalhistas de Milei se concentraram na simplificação das obrigações de pagamento de indenização dos empregadores e nos "períodos de experiência" antes que uma empresa contrate um trabalhador com contrato em tempo integral, entre outras reformas. A Argentina tem custos trabalhistas mais altos em relação à produtividade do trabalhador.

Os títulos argentinos em dólar com vencimento em 2030 caíam 0,4 centavo, para cerca de 41 centavos de dólar, ampliando as quedas depois que o La Nacion publicou a decisão do tribunal.

A decisão foi publicada no site do tribunal nesta terça-feira.

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