Por que a Suíça tem o maior IDH do mundo?

País segue em primeiro no ranking da ONU. Elevada expectativa contribui para a nação ter elevado Índice de Desenvolvimento Humano

Por — Rio de Janeiro


Zurique, na Suíça, país que lidera o ranking do IDH Jan Geerk / Divulgação

A Suíça ficou em primeiro lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2022, divulgou a ONU nesta quarta-feira.

O índice do país europeu é 0,967, garantindo que a nação europeia seguisse no topo da lista, lugar que ocupa desde 2021, quando ultrapassou a Noruega. Mas por que a Suíça tem um IDH tão elevado?

O IDH é uma medida relacionada ao desempenho médio de três dimensões do desenvolvimento humano: saúde, renda e educação.

Ranking do IDH dos países — Foto: Editoria de Arte

A saúde é avaliada pela expectativa de vida dentro do país e a dimensão do padrão de vida é medida pela renda nacional bruta per capita.

Já a educação é calculada pela média de anos de escolaridade para adultos com 25 anos ou mais e pela expectativa de anos de escolaridade para crianças em idade escolar.

A Suíça tem resultados excelentes nos três âmbitos. Desde que a métrica foi criada, em 1990, o IDH da Suíça subiu de 0,851 para 0,967.

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Benefícios da imigração

A Suíça tem hoje cerca de 8,7 milhões de habitantes, mais que o dobro da população do país no século XX. Segundo o Escritório Federal de Estatística (BDS) da Suíça, um dos principais motivos para o aumento foi a intensa imigração. Ainda de acordo com o órgão, 25% da população do país são formadas por imigrantes, número maior que o de nações como Itália, Alemanha e Portugal.

A população suíça envelheceu rapidamente e hoje só perde para o Japão em expectativa de vida.

O multilinguismo também é uma forte característica da nação. O país possui quatro línguas oficiais, alemão, francês, italiano e romanche, especialmente pelas ligações culturais com os países vizinhos. Além disso, o inglês e o português são as línguas estrangeiras mais faladas no país, com 5,8% e 3,5%, respectivamente, segundo o BDS.

Um país neutro

Embora esteja localizada no coração da Europa, a Suíça não faz parte da União Europeia e da Zona do Euro, mantendo sua própria moeda nacional, o franco suíço, ainda que integre o espaço de livre circulação de pessoas entre os países do bloco.

Uma das características mais conhecidas sobre a política externa da Suíça é sua neutralidade permanente durante conflitos, aspecto reconhecido pelo direito internacional e que só é compartilhado com a Áustria dentro do continente Europeu. Esse status foi formalizado após o país aderir a Convenção de Haia em 1907.

Por ser um Estado neutro, a Suíça se mantém distante de conflitos com outros países, não presta assistência armada e não entra em alianças militares. A neutralidade do país entrou em maior evidência nas duas Guerras Mundiais, sendo um dos poucos países europeus a não participar dos conflitos.

No entanto, isso não quer dizer que o país não tenha se envolvido indiretamente em conflitos. A Suíça aderiu às sanções à Rússia determinadas pela União Europeia em 2022, em vista da Guerra na Ucrânia.

*Estagiária sob supervisão de Danielle Nogueira.

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