Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária

Carnes na cesta básica, bem como armas e carros elétricos no Imposto Seletivo ainda são dúvida

Por — Brasília


Audiência do GT da Reforma Tributária da Câmara com setor produtivo Mário Agra / Câmara dos Deputados

RESUMO

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GERADO EM: 04/07/2024 - 00:00

Projeto de Lei da Reforma Tributária: IBS, CBS e pontos polêmicos

Deputados apresentam parecer do projeto de lei da reforma tributária, incluindo detalhes do IBS e CBS. Pontos polêmicos como a inclusão de carnes na cesta básica e imposto seletivo em armas e carros elétricos são discutidos. Transição para o IVA em 2026, com extinção de impostos em 2033.

Os deputados do grupo de trabalho (GT) da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a Reforma Tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão a inclusão das carnes na cesta básica com alíquota zero, além da inclusão no Imposto Seletivo (IS) de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar. O Imposto Seletivo terá uma alíquota maior que a alíquota de referência.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, que terá isenção de impostos, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

— Nunca houve proteína na cesta básica. Mas temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar – afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no Imposto Seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos e unificados no IVA (Imposto sobre Valor Agregado).

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formarão o IVA . O tributo vai substituir cinco tributos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da Reforma Tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum desses produtos estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da reforma.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA.

O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

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