O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL, se uniu para votar contra a regulamentação da Reforma Tributária, criticou a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e se opôs de forma clara ao relator petista, Reginaldo Lopes (MG). Na reta final da tramitação, porém, a bancada da sigla comemorou por se apropriar de uma bandeira de campanha do presidente Luiz Inácio Lula Silva: baratear a carne do churrasquinho. Ao sugerir um destaque ao texto para zerar o imposto do item, o partido colocou a equipe econômica em uma saia-justa e acabou por conquistar apoio unânime em plenário.
Na votação do texto principal, o PL registrou 76 votos contrários ao texto que regulamenta a mudança no sistema de impostos, de um total de 93 deputados. Apesar da proposta ter sido uma construção de parlamentares da Câmara e do Senado, por mais de 30 anos, e elogiada por economistas, o partido de Bolsonaro decidiu cerrar fileiras contra a iniciativa.
Lula, orgulhoso por defender a cervejinha e a picanha à população, também vinha defendendo a inclusão das carnes na cesta básica, lista de produtos que serão isentos. O presidente encontrou resistência, porém, da equipe de Haddad, decidida a preservar a alíquota padrão de 26,5%.
Para preservar o percentual, os deputados governistas concordaram com o argumento e decidiram deixar a picanha de lado, fechar a churrasqueira e focar no bolso de todos os brasileiros.
Na noite da análise da proposta, contudo, tropa Bolsonarista decidiu aproveitar a chance e atuar para apresentar o destaque . O assunto mais popular da Reforma Tributária tinha um novo salvador: o PL. Os parlamentares da sigla, conhecidos por emppunhar smartphones nas sessões, pressionaram as lideranças da Câmara e garantiram a vitória.
Só restou aos aliados de Lula seguir a sugestão e também reivindicar paternidade do apoio à carne barata — os petistas passaram a recorrer justamente aos pronunciamentos favoráveis de Lula à isenção.