Celulares serão capazes de identificar fotos geradas através de inteligência artificial. Entenda

Modelos com sistema operacional Android e processador Snapdragon terão chancela da C2PA, de combate a fake news

Por — Maui, Havaí (EUA)


Celulares vão identificar fotos geradas por IA Bruno rosa

Como forma de combater a propagação de fake news e imagens falsas, a nova geração de smartphones trará um recurso inédito. Os celulares serão capazes de identificar se as fotos foram manipuladas ou geradas por inteligência artificial. A novidade será embarcada neste primeiro momento em celulares que contam com o sistema operacional Android, do Google, e com o processador Snapdragon 8 Gen 3, chamado de Titã, da Qualcomm. É o caso do Xiaomi 14, que será lançado nesta quinta-feira na China.

Para isso, os telefones terão a chancela da C2PA, uma coalizão para autenticidade de conteúdo que fornece a capacidade de rastrear a origem de diferentes tipos de mídia e é formado por empresas como Adobe, Microsoft, BBC, Publicis e Sony.

A C2PA reúne também iniciativas como a Content Authenticity Initiative, que é formada por diversas empresas de tecnologia e mídia, além de organizações como a Associação Nacional de Jornais (ANJ). A entidade participa do desenvolvimento de sistemas para fornecer padrões de verificação de autenticidade das imagens.

Assim, para saber se as imagens foram alteradas, será preciso abrir a foto e arrastar para cima de forma a ver as informações fornecidas pelo processador. Hoje, os modelos mostram a localização da captura, a lente usada e o formato do arquivo, como JPEG ou HEIF. Agora, além de indicar que o conteúdo foi gerado por IA, haverá a indicação do total de modificações feitas na foto.

Celulares vão identificar fotos geradas por IA — Foto: Divulgação

Mingjuan Hou, vice-presidente da Qualcomm, explica que a solução que permite verificar a manipulação da imagem é uma parceria com a empresa Truepick, que passou por uma atualização para ser compatível com o formato da C2PA.

— Queremos dar às pessoas a capacidade de identificar que se trata de inteligência artificial. A ideia é que os usuários saibam que a imagem é na verdade gerada por IA. Apesar de a tecnologia trazer mais qualidade em fotos e vídeos, é importante adicionar essa camada de transparência. Estamos realmente em uma realidade onde você vê fotos on-line e pode se questionar se é realmente um evento que aconteceu ou se foi totalmente gerado por IA — explica Mingjuan.

O novo processador foi anunciado em evento nos EUA que contou com a participação de diversos fabricantes. Além da transparência, outra preocupação trazida pela nova tecnologia é com a privacidade dos dados, ressalta Benicio Goulart, gerente de desenvolvimento de software da Motorola:

— Há um grande esforço de pesquisa e desenvolvimento para ter uma solução de IA que possa rodar totalmente no dispositivo móvel, sem necessidade de compartilhar dados com servidores externos em cloud (nuvem).

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Alejandro Adamowic, diretor de Tecnologia da GSMA, associação internacional das operadoras de telefonia, lembra que as possibilidades trazidas pela inteligência artificial representam uma grande preocupação.



— Mas a solução vem da própria inteligência artificial, que pode descobrir através de seus próprios recursos se determinado conteúdo é real ou não.

David Burke, vice-presidente de Engenharia do Google, também reforçou os investimentos em IA generativa para os aparelhos que usam o sistema operacional Android.

— No outono (do Hemisfério Norte) teremos novos modelos que vão permitir funções mais complexas de IA. Ter isso no próprio aparelho é a chave para permitir mais possibilidades aos desenvolvedores e proporcionar melhores experiências do usuário como a privacidade. A IA no dispositivo inclui latência, removendo viagens de ida e volta aos servidores em nuvem. E isso reduz o consumo de energia e funciona sem conectividade de rede.

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