5G ajuda a romper muros em hospitais, com cirurgias a distância

Tecnologia será testada no Albert Einstein para operações robóticas remotas. No Sírio Libanês, conexão ultrarrápida ajuda no cuidado de pacientes que estão em casa

Por — Rio de Janeiro


Equipe do Albert Einstein faz cirurgia robótica Divulgação

A tecnologia 5G abre novas possibilidades para o setor de saúde a médio e longo prazos, desde o acompanhamento de pacientes até a realização de cirurgias a distância por meio de robôs. Com o objetivo de ampliar o acesso à saúde para além dos muros dos hospitais, o setor pesquisa de que forma aplicá-la em seus procedimentos.

De acordo com especialistas, operações robóticas já foram feitas em animais com ajuda do 5G na China em 2019. No Brasil, o Hospital Albert Einstein, na capital paulista, planeja para o próximo ano começar a estudar em seus laboratórios esse formato de cirurgia.

— A gente entende que o 5G vai ser um habilitador muito grande. Ainda estamos na fase de pesquisa, mas imagino que no próximo ano devemos começar estudos para usar essa tecnologia para fazer cirurgia remotamente — explica o diretor de inovação do Albert Einstein, Rodrigo Demarch.

A cirurgia com robôs já existe, com médicos operando essas máquinas no centro cirúrgico. No entanto, telecirurgias feitas com auxílio desses equipamentos acontecem apenas em caráter experimental.

As novas possibilidades abertas pelo 5G

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As novas possibilidades abertas pelo 5G

O 5G amplia os caminhos desses estudos clínicos graças à sua estabilidade e velocidade. Dessa maneira, um cirurgião poderá realizar procedimentos mesmo que esteja em um país diferente de onde está o paciente.

— A tecnologia 5G traz segurança para a gente fazer uma cirurgia robótica a distância, porque proporciona maior potência e maior velocidade de transmissão de dados. Ela é 20 vezes mais veloz (que a tecnologia antecessora, o 4G) — afirma Rodrigo Garcia, cirurgião robótico pediátrico do Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP).

Agilidade na ambulância

Por enquanto, o Einstein faz estudos em dois laboratórios com parcerias com a Vivo e a Claro para entender o impacto do 5G em serviços já oferecidos pelo hospital. Um dos casos é a utilização de equipamentos para que um médico apoie o outro durante uma cirurgia, como uma espécie de mentoria.

O uso do 5G em exames e consultas remotas também são analisados. A equipe avalia se a tecnologia melhora a qualidade de vídeo durante uma teleconsulta e o desempenho da tecnologia no uso de dispositivos para realização de exames clínicos a distância.

O Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, também possui uma frente específica para estudos envolvendo o 5G. Há sete meses, avalia o uso de uma ambulância equipada com tecnologia 5G.

Isso permite que dados cheguem à unidade hospitalar para onde o paciente está sendo levado de forma quase instantânea. A ideia é antecipar processos a partir do ganho de tempo.

O hospital também trabalha na coleta de informações por meio de dispositivos, como relógios inteligentes, como uma maneira de realizar acompanhamento de pacientes. Nesse caso, o Sírio Libanês avalia que o 5G vai aproximar a equipe de cuidado do paciente, mesmo à distância.

— Com o acesso ao 5G, conseguimos promover esse cuidado além dos muros — explica Diego Aristides, chefe de Tecnologia e Inovação do Sírio Libanês.

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