Pouco mais de um ano desde o lançamento da quinta geração da internet móvel — a tecnologia 5G — no Brasil, cerca de 2.500 municípios já estão aptos a recebê-la. O caminho para que ela chegue a todo país ainda será longo. A previsão é que apenas em 2029 a rede estará disponível em cidades com menos de 30 mil habitantes. Mas muitos são os avanços já alcançados e o futuro é promissor.
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O 5G promete velocidade de até cem vezes a do 4G atual, ampliando a conectividade entre pessoas e empresas. Também tem baixa latência (tempo de resposta entre clicar e carregar uma página ou um vídeo, por exemplo), favorecendo a oferta de novos serviços e a melhora da experiência do usuário. Isso permite à indústria de games, por exemplo, desenvolver jogos para celular que antes eram feitos apenas para consoles.
Novos produto começam a ser testados e a chegar às prateleiras e vitrines. São computadores de alta velocidade, relógios de monitoramento em tempo real de batimentos cardíacos e óculos de realidade virtual. Há ainda robôs operados remotamente que atuam nos mais diversos segmentos, de segurança de eventos a entrega de comida.
De olho na redução de custos e aumento de produtividade que a nova geração da internet móvel pode proporcionar, empresas também vêm construindo suas próprias redes. Já há 23 iniciativas de redes 5G privadas no Brasil, segundo a consultoria Teleco. A lista inclui gigantes como Gerdau, Nestlé e Petrobras, que usam a tecnologia para aprimorar acompanhamento de processos e ampliar a automação.
As novas possibilidades abertas pelo 5G
No mercado de trabalho, as oportunidades não param de crescer, com a necessidade de contratação de novos profissionais e contínuo treinamento. A expectativa da Brasscom, associação que reúne empresas de tecnologia da informação (TI), comunicação e tecnologias digitais, é que essa indústria vá abrir cerca de 160 mil vagas por ano até 2025. As especialidades mais demandadas têm salários que vão de R$ 8 mil a R$ 24 mil mensais, segundo levantamentos de consultorias de Recursos Humanos.
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É grande também a expectativa com o 5G no setor de saúde. Há hospitais com equipes dedicadas a desenvolver aplicações da tecnologia para a medicina que vão de inovações na teleconsulta a cirurgias robóticas remotas.
Muitas dessas inovações nascem em startups, que se beneficiam de ecossistemas propícios ao desenvolvimento de novas ideias. Neste ponto, o Brasil pode aprender com Portugal, que despontou como um dos principais centros tecnológicos da Europa. A expansão do 5G favoreceu a conexão entre indústrias e institutos de pesquisa no país, o que levou o Porto Digital do Recife, referência de tecnologia no Brasil, a abrir uma filial por lá.
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Como mostra a história da ciência, o avanço tecnológico parece não ter fim. Mal o 5G se instalou em território nacional, o governo brasileiro e de várias outras nações já travam uma nova corrida pela nova geração da internet, o 6G, a chamada internet dos sentidos, que promete revolucionar as relações entre o mundo real e o virtual.