Meta tem lucro de US$ 39,1 bilhões e vai distribuir dividendo pela primeira vez

Previsão de receita de vendas surpreende analistas. Ações disparam

Por — Rio de Janeiro


Meta entra na corrida pelo ChatGPT Bloomberg

A Meta, dona do Facebook, relatou um lucro líquido de US$ 39,1 bilhões em 2023, uma alta de 69% em relação ao ano anterior (US$ 23,2 bilhões). A informação foi divulgada nesta quinta-feira no balanço dos três últimos meses do ano.

Os números do quarto trimestre dão um sinal positivo sobre o ritmo do mercado publicitário. A receita foi de US$ 40,11 bilhões, uma alta de 25% no quarto trimestre. No ano, ficou em US$ 134,90 bilhões, avanço de 16%. A média de usuários ativos diários cresceu para 2,11 bilhões no ano passado, uma alta de 6% em relação ao período anterior.

“Tivemos um bom trimestre à medida que a nossa comunidade e os nossos negócios continuam a crescer”, disse Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta. “Fizemos muito progresso em nossa visão para o avanço da IA ​​e do metaverso.”

A taxa de câmbio foi um fator que ajudou os resultados, segundo a empresa. "Se as taxas de câmbio tivessem permanecido constantes em relação aos mesmos períodos de 2022, a receita teria sido inferior em US$ 816 milhões no quarto trimestre".

Pagamento de dividendos e previsão mais otimista para 2024

A Meta também sinalizou que a receita no primeiro trimestre deste ano deverá ser maior do que o esperado pelos analistas, sinalizando força contínua no mercado de publicidade digital. A receita deverá chegar a US$ 37 bilhões nos três meses encerrados em março. Os analistas esperavam US$ 33,6 bilhões, segundo estimativas.

Com os bons resultados divulgados hoje, a companhia também informou que vai, pela primeira vez, pagar dividendos trimestrais aos seus acionistas, no valor de US$ 50 por ação. A empresa também fará um programa de recompra de ações no valor de US$ 50 bilhões. As ações saltaram 7,5% nas negociações estendidas. As ações subiram 12% este ano até o fechamento de quinta-feira, depois de quase triplicar no ano passado.

Zuckerberg lutou para atrair investidores na última vez em que apresentou uma nova visão cara e de longo prazo - para o metaverso - chegando ao ponto de mudar o nome da empresa de Facebook para 'Meta'. Agora, à medida que a empresa gasta generosamente com realidade virtual e inteligência artificial, a empresa adoça a aposta para os acionistas com o seu primeiro dividendo e a recompra de ações.

Para este ano, a Meta planeja gastar entre US$ 94 bilhões e US$ 99 bilhões, cobrindo custos mais elevados relacionados à infraestrutura, contratando seletivamente em funções técnicas de custo mais alto e desenvolvimento em realidade aumentada e virtual. No último trimestre, a empresa disse que planejava adiar alguns gastos em segmentos, como novos funcionários e infraestrutura, para 2024.

Resultado positivo após ajustes

O resultado sintetiza o que foi o ano de 2023 para a controladora de Facebook, WhatsApp e Instagram. A empresa está superando a dura crise observada em 2022, quando cortou gastos e realizou demissões em massa. O mercado publicitário em recuperação e os ajustes realizados tem dado retorno à companhia. No trimestre anterior, a Meta registrou sua maior receita trimestral desde o IPO (abertura de capital, na sigla em inglês).

A Meta tem trabalhado para equilibrar enormes gastos em tecnologias como inteligência artificial e realidade virtual, garantindo que o seu principal negócio de publicidade digital continue a crescer. Depois de ver os negócios encolherem pela primeira vez em 2022, o CEO Mark Zuckerberg fez esforços para transformar a empresa, apelidando 2023 de “ano da eficiência” e cortando milhares de empregos.

No radar dos analistas

Os dados das Big Techs eram os mais aguardados pelo mercado financeiro nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, além de Meta, Amazon e Apple também divulgaram seus resultados após o fechamento do mercado no fim do dia.

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