Meta vai expandir IA para criação de anúncios nas redes sociais, mas não prevê aviso aos usuários

Empresa ampliou recursos de inteligência artificial generativa para anunciantes, que poderão gerar texto e imagem com tecnologia; rótulo para avisar usuários de que conteúdo é sintético ainda será criado

Por — São Paulo


Meta vai ampliar recursos de IA para criação de anúncios Bloomberg

Anúncios criados com a ajuda da inteligência artificial generativa devem ficar mais frequentes nas redes sociais ao longo deste ano. Nesta terça-feira, em Nova York, a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentou uma nova gama de recursos de IA para anunciantes, o que inclui ferramentas que recriam imagens e geram sugestões de textos.

Com a atualização, o Gerenciador de Anúncios da Meta vai permitir que imagens publicitárias sejam modificadas de forma automatizada por IA, a partir de comandos de textos. Na prática, os anunciantes vão poder criar diversas versões sintéticas de uma mesma peça original, a partir de indicações de mudanças.

— Imagine que você está anunciando seu negócio de café. Nossa IA generativa será capaz de criar variações do anúncio, incluindo cenários que incorporam uma fazenda. Também vai apresentar ajustes na xícara de café para oferecer mais opções criativas — exemplificou John Hegeman, vice-presidente e diretor de monetização da Meta, ao apresentar os novos recursos.

O objetivo da empresa é "em breve" permitir que os anúncios também possam ser completamente criados pela inteligência artificial, a partir de comandos de textos, acrescentou Hegeman. Com isso, a Meta iria incluir em suas ferramentas para anunciantes funções de geração de imagem que já são oferecidas por outros sistemas, como a OpenAI, que tem o DALL-E, e a Adobe, que tem o Firefly.

Desde outubro, a empresa já oferecia recursos de IA para anúncios. O sistema, no entanto, só era capaz de criar fundos diferentes na imagens de produtos.

Exemplo do gerador de imagem da Meta — Foto: Reprodução/Meta

A expansão de recursos de IA para publicidade também vai valer para a produção de textos em anúncios. A partir de um conteúdo original, o gerador dará sugestões de variação de título e conteúdo do anúncio. Quando aplicado, o sistema irá apresentar 10 possíveis modificações no texto que "reflitam a voz e o tom da marca", disse o vice-presidente da Meta, John Hegeman.

Outra opção será a de sobreposição de texto nas imagens, com diferentes opções de fontes. O gerador com IA também irá adaptar o conteúdo para diferentes formatos, para o feed ou para reels.

Segundo a empresa, as ferramentas vão ser alimentadas com o Meta Llama 3, modelo de linguagem (LLMs) mais avançado da empresa, que foi apresentado no mês passado. Os LLMS são como o "cérebro" por trás das ferramentas de IA.

Todas as funcionalidades vão estar disponíveis no Gerenciador de Anúncios da Meta por meio do Advantage+, um sistema da empresa que otimiza imagens e vídeos para versões com mais potencial de atingirem o público alvo.

Anúncios de IA ainda não têm rótulo

Ainda não há uma data para que as novas funcionalidades estejam disponíveis no Brasil. Segundo a empresa, os recursos serão liberados gradualmente e estarão disponíveis para todos os países até o fim do ano.

Por enquanto, a empresa não divulgou uma previsão de como e quando os anúncios gerados por IA terão selos de aviso para usuários, indicando que o conteúdo foi alterado com inteligência artificial. Em fevereiro, a companhia divulgou que estava trabalhando na criação de um rótulo que identificaria fotos, vídeos e áudios artificiais gerados por IA.

Em coletiva de imprensa, o vice-presidente de monetização da Meta disse que a empresa ainda "está trabalhando" nos detalhes sobre como esse rótulo iria funcionar para os conteúdos publicitários:

— Estamos muito comprometidos com a transparência e queremos ter certeza de que as pessoas entendam quais ferramentas foram usadas, por exemplo, para criar determinados anúncios. — acrescentou Hegeman.

A empresa também informou que está trabalhando para melhorar as barreiras de proteção para que os conteúdos gerados artificialmente não firam direitos de imagens ou autorais. A empresa também garante que colocou barreiras de proteção para evitar que o sistema gere conteúdos publicitários impróprios.

Com a corrida recente por sistemas de IA, a Meta tem ampliado as ferramentas nas redes sociais que usam a tecnologia. Um dos objetivos, com anunciantes, é impulsionar os ganhos com publicidade e aumentar a eficiência das campanhas. Além de ferramentas para geração do conteúdo, a empresa tem investido em sistemas de recomendação potencializados com inteligência artificial.

— A inteligência artificial já está nos ajudando a melhorar o engajamento em aplicativos, o que naturalmente leva a uma maior visualização de anúncios, e a aprimorar diretamente os anúncios para entregar mais valor. — disse Mark Zuckerberg, CEO da Meta, a investidores, no fim de abril.

No primeiro trimestre do ano, a Meta reportou ao mercado lucro de US$ 12,37 bilhões, valor 117% maior que o do mesmo período do ano passado. O mercado reagiu mal, no entanto, a previsões da empresa para o segundo semestre, que incluíam aumento de gastos com sistemas e infraestrutura para IA e um ganho de receitas abaixo do esperado.

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