FBI diz ter derrubado um gigantesco exército de ‘computadores zumbis’ a serviço de crimes digitais

Segundo o órgão federal de investigações dos EUA, uma rede formada por mais de 613 mil aparelhos espalhados por 190 países foram integrados para uso em fraudes e outros cibercrimes

Por Bloomberg — Washington


A botnet possibilitou fraudes financeiras, roubo de identidade e acesso a materiais de exploração infantil em todo o mundo Al Drago/Bloomberg

O FBI disse que desmantelou o que provavelmente é a maior botnet do mundo - um exército de 19 milhões de computadores infectados - que foi alugado a hackers para crimes cibernéticos.

A botnet, que estava espalhada por mais de 190 países, possibilitou fraudes financeiras, roubo de identidade e acesso a materiais de exploração infantil em todo o mundo, de acordo com uma declaração emitida na quarta-feira pelo diretor do FBI, Christopher Wray.

Outras violações vinculadas à rede de bots incluíam ameaças de bomba e ataques cibernéticos, provavelmente levando a bilhões de dólares em perdas das vítimas, de acordo com uma declaração do Departamento de Justiça.

A botnet estava vinculada a mais de 613.000 endereços IP localizados nos EUA, segundo as autoridades. As redes de bots são criadas quando os criminosos cibernéticos instalam malware em computadores ou outros dispositivos conectados e os utilizam para atividades nefastas, criando um exército zumbi de dispositivos cujos proprietários geralmente não sabem o que está acontecendo.

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As autoridades policiais apreenderam equipamentos e bens da Internet e impuseram sanções contra o suposto administrador da botnet, YunHe Wang, bem como contra os co-conspiradores, disse Wray.

Wang, um cidadão chinês, foi preso em Cingapura em 24 de maio, acusado de supostamente implantar malware e criar e operar um serviço de proxy residencial conhecido como "911 S5". Ele foi iniciado em 2014 e contava com uma rede de milhões de computadores Windows residenciais comprometidos, de acordo com o governo dos EUA.

Wang, então, gerou milhões de dólares oferecendo aos criminosos cibernéticos acesso a esses endereços IP infectados mediante o pagamento de uma taxa, de acordo com o Departamento de Justiça.

Os EUA estão agora aguardando a extradição, de acordo com Brett Leatherman, vice-diretor assistente da Divisão Cibernética do FBI. "Nós o queremos o mais rápido possível", disse Leatherman aos repórteres em uma ligação na quarta-feira.

O FBI e os parceiros internacionais também executaram vários mandados de busca e entrevistas em Cingapura e na Tailândia que podem levar a outras prisões, acrescentou.

A operação de aplicação da lei, denominada Tunnel Rat (Rato do Túnel), também apreendeu bens de luxo, incluindo carros e relógios caros no valor de US$ 4 milhões, bem como mais de US$ 29 milhões em criptomoedas e cerca de US$ 30 milhões em imóveis em Cingapura, Tailândia, Dubai e outros lugares, além de 22 domínios, disseram as autoridades.

Os endereços IP residenciais foram comprometidos quando os usuários baixaram determinados softwares gratuitos ou aplicativos de rede privada virtual, que, sem saber, continham malware associado à botnet em seus dispositivos, disse Leatherman. O FBI publicou uma página da Web na qual o público pode verificar se seu endereço IP está entre os comprometidos.

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