Herança de ex-sogro de Lady Di: Irmãos de Dodi disputam partilha de R$ 9,9 bilhões de magnata egípcio

Pai de Dodi Al-Fayed foi dono da loja de departamento Harrods, em Londres, e do time Fulham; briga entre parentes tem agressão física, troca de acusações e batalha judicial

Por O Globo com El País — Londres


Mohamed Al-Fayed morreu nesta quarta-feira, segundo familiares Reprodução

A morte do magnata egípcio Mohamed Al-Fayed, de 94 anos, em 30 de agosto, desencadeou uma disputa pela herança da fortuna estimada, pela Forbes, em em US$ 2 bilhões (R$ 9,9 bilhões, na cotação atual). Ele era pai de Dodi Al-Fayed, namorado da princesa Diana, morto no mesmo acidente que vitimou a mãe dos príncipes William e Harry.

Agora, os quatro filhos do magnata – que já foi dono da loja de departamentos Harrods, a quintessência do luxo em Londres, e do clube de futebol Fulham, até 2013 – estão em guerra por causa de seu testamento.

No momento, o projeto empresarial de Jasmine (42 anos), Karim (39), Camilla e Omar (35), duas filhas e dois filhos do casamento do milionário com a atriz e modelo finlandesa Heini Wathen (68 anos), consiste em sair da partilha com a maior parte da herança.

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Os tabloides britânicos já falam de uma batalha ao estilo da série televisiva "Succession", em que membros da família Roy lutam pelo controle do império mediático em meio às dúvidas sobre a saúde do patriarca. O que o empresário egípcio conseguiu foi acumular uma imensa fortuna que guardou até o fim de seus dias.

Após a morte do egípcio, a família falou em comunicado oficial de "um querido pai, marido e avô, que morreu pacificamente e cercado por seus entes queridos". Aquela paz dos últimos momentos, porém, nada teve a ver com os anos anteriores, quando os britânicos começaram a conhecer as intrigas entre os irmãos veiculadas pela imprensa sensacionalista.

Quem são os herdeiros

Durante o confinamento de 2020, com a pandemia de Covid-19, veio à tona a briga jurídica entre Camilla e seu irmão mais novo, Omar. O caçula da família, que um dia foi identificado como o sucessor de Al-Fayed à frente dos seus negócios, decidiu, no entanto, seguir sozinho com a sua empresa ESTEE, sediada na Suíça e no Reino Unido, focada na exploração e colonização de espaço.

Em 18 de maio daquele ano, Omar disse que seu cunhado Mohamed Esreb, o empresário sírio casado com Camilla, o encurralou e espancou durante uma reunião de família na propriedade rural de Surrey, onde Al-Fayed viveu aposentado durante os últimos últimas duas décadas. Omar pediu uma indenização de 120 mil euros (R$ 595 mil).

Camilla alegou ao juiz que seu irmão estava chapado durante o incidente. O juiz recomendou — quase exigiu — que ambos os homens chegassem a uma resolução privada para o seu confronto, para evitar mais constrangimentos públicos e maiores custos financeiros. Não se sabe se o assunto foi resolvido, mas desde então Omar acusa a irmã de sofrer de "síndrome da filha do meio" e, sem nomeá-la, disse em entrevista que se considera vítima de "uma luta pelo poder entre irmãos". Camilla, por sua vez, o acusou de "tornar completamente ridículo o legado de seu pai".

Os outros dois irmãos preferiram evitar qualquer comentário público sobre essa disputa. Jasmine vive uma vida tranquila em Kent, no sul da Inglaterra, com seu marido galês Noah Johnson, ex-boxeador, ex-campeão mundial de dança disco e ex-cantor de heavy metal, e sua filha. Suas tentativas de se tornar uma empresária na indústria da moda falharam. Karim, que é profundamente surdo devido à meningite que contraiu aos 2 anos de idade, é apaixonado por fotografia e dirige o Centro Auditivo Karim Fayen, uma organização filantrópica que oferece ajuda a pessoas com problemas auditivos.

Apartamentos de luxo, nove Rolls-Royce, obras de arte

Além de assumir a propriedade da loja de departamentos Harrods em 1985, nesse mesmo ano Mohamed Al-Fayed comprou o hotel Ritz, em Paris, a vila parisiense onde moravam o duque e a duquesa de Windsor (rei Eduardo VIII, que abdicou em favor de seu irmão) durante anos de exílio, e uma propriedade na Escócia de mais de 26 mil hectares. Naquele ano, ele também se casou com a mãe de seus quatro filhos. Ao longo de sua vida, Al-Fayed também adquiriu apartamentos luxuosos em Park Lane, em Londres, e em Manhattan, em Nova York; um castelo com quase 30 mil hectares de terreno, nove Rolls-Royces e uma coleção de arte.

Felizmente, para os seus filhos, que não partilham o entusiasmo pela manutenção de um conglomerado empresarial tão heterogêneo, a lei sucessória britânica é muito favorável para converter os ativos da herança em dinheiro líquido o mais rapidamente possível, distribuir entre os herdeiros e, assim, evitar conflitos. Mesmo assim, tudo antecipa que a guerra entre os irmãos Fayed não será rápida.

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