Jornalista, bon-vivant e expert em vinhos: Renato Machado estreia documentário sobre região francesa da Provence

Programa gravado no Sul da França estreia na próxima quinta-feira

Por — Rio de Janeiro


Em sua casa, em São Conrado, Renato Machado bebe duas tacinhas todos os dias Guito Moreto / Agência O Globo

Agachado em frente ao aparelho de som, tentando equalizar o prelúdio “A tarde de um Fauno”, de Claude Debussy, o jornalista Renato Machado conta, entusiasmado, que esta foi a trilha escolhida para embalar seu novo documentário, gravado no Sul da França, com estreia no canal Sabor e Arte, às 20h da próxima quinta-feira, 21 — dia em que completa 81 anos.

Na sala, com uma parede coberta por CDs de música clássica bem ordenados na estante, mostra um trechinho da edição. “Uma semana na Provence” revela os caminhos percorridos por Renato pela região, em 2022. Durante 43 minutos, ele conduz os telespectadores por campos de oliveiras, vinhedos, feiras de queijos e lavandas, escola de perfumaria e restaurante “estrelado”. Tudo, claro, regado a vinho.

“Faltava a Provence”, diz, referindo-se à série Reserva Especial, gravada no início dos anos 2000, por toda as regiões vinícolas da França (canal GNT). “O rosé de Provence é uma identidade regional no caminho da excelência. Passou a ter um peso, é um bom vinho”, avalia, com a mesma voz firme de quem narrou eventos históricos por 40 anos na TV Globo, de onde saiu em 2021.

Em cena: Renato grava em vinícolas históricas no Sul da França — Foto: Divulgação

Em São Conrado, na casa onde vive com a mulher, a jornalista Mônica Morel (que assina a produção executiva do documentário) e dois cachorros (a boxer Isabel Cristina e o pointer Nicolau), Renato caminha pelo corredor entre uma coleção de memórias. Fotos expostas da estreia no “Bom Dia Brasil”, telejornal comandado por ele durante 15 anos; da entrevista com Nara Leão, na época de correspondente em Londres; e como ator ao lado de Jô Soares, no anos 1960… No fim, chega à sala de jantar, garrafa já no gelo.

“Bebe duas taças todos os dias”, relata Mônica. Para uma tarde de terça-feira, escolheu um riesling austríaco. Bon-vivant, profundo conhecedor de vinhos e da boa mesa, o jornalista também lança este mês um curso on-line sobre os rótulos da França (em @renato_machadooficial). “Pagar caro é fácil, a garrafa vai ser boa. Difícil é acertar com preços acessíveis. Há formas de escolher”, explica.

Entre um gole e outro, lembra que o interesse pela bebida surgiu quando ganhou o guia Hugh Johnson’s Pocket Wine Book, nos anos 1970. De lá para cá, não vive sem a edição atualizada e chegou a escrever o prefácio da versão brasileira de 2008. “O que me arrebatou, em um primeiro momento, foi a redação dos verbetes. Assim como diz um personagem de Eça de Queiroz, meu escritor preferido, eu sou um apaixonado pela bela frase. E por vinhos”

Mais recente Próxima Além de Wanessa e Dado: relembre participantes que se separaram após passagem pelo 'BBB'