Famosas que aparecem cada vez mais magras têm se tornado alvo de especulações sobre o uso de medicamentos inibidores de apetite. Entre os assuntos mais comentados na web está o Ozempic. Dayanne Bezerra abriu o jogo sobre o uso do remédio, criado para tratar a diabetes tipo 2, e aproveitou para desabafar sobre a sua aparência.

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O medicamento passou a ser usado "off label" para o emagrecimento. "Eu tenho receita médica passada pelo meu nutrólogo, em que ele me prescreve a Ozempic para emagrecimento. E assim, que eu saiba, o remédio não é proibido para uso de emagrecimento. Ele é usado para outros tipos de tratamentos", disse a advogada.

Dentre aquelas que falaram abertamente sobre a utilização do Ozempic estão Jojo Todynho, Luiza Possi, Rebel Wilson, Sharon Osbourne e Whoopi Goldberg.

Em conversa com ELA, a Dra. Nattány Ríbeiro avalia o uso de canetas injetáveis para perder peso, que só devem ser aplicadas com indicação médica e em tratamentos específico.

— O Ozempic ajuda na perda de peso porque aumenta a sensação de saciedade, reduzindo a fome e a ingestão de alimentos. Isso ocorre porque o medicamento retarda o esvaziamento do estômago e afeta áreas do cérebro que regulam o apetite. Além de auxiliar na perda de peso, Ozempic pode melhorar o controle glicêmico, diminuir os níveis de colesterol LDL (o 'mau' colesterol) e reduzir a pressão arterial. Esses efeitos são benéficos especialmente para pessoas com diabetes tipo 2 e aqueles em risco de doenças cardiovasculares — explica a nutróloga.

— Ozempic é um medicamento utilizado principalmente no tratamento de diabetes tipo 2. Seu princípio ativo é a semaglutida, que imita a ação de um hormônio natural chamado GLP-1 (glucagon-like peptide-1). Este hormônio é responsável por estimular a liberação de insulina pelo pâncreas quando os níveis de glicose no sangue estão elevados. Além disso, o GLP-1 retarda o esvaziamento gástrico e aumenta a sensação de saciedade, ajudando a controlar o apetite.

— O custo do Ozempic pode variar, mas geralmente é um medicamento caro, com preços que podem chegar a algumas centenas de reais por mês. Com a popularização e o aumento da demanda, há uma possibilidade de que o preço venha a diminuir no futuro, especialmente se surgirem genéricos ou se houver acordos entre fabricantes e sistemas de saúde para reduzir os custos.

— Ozempic é aprovado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2. No entanto, devido ao seu efeito na perda de peso, alguns médicos podem prescrevê-lo off-label (fora das indicações oficiais) para pacientes que precisam perder peso por razões de saúde. No entanto, não é recomendado para emagrecimento puramente estético sem a presença de outras condições médicas.

— Como qualquer medicamento, Ozempic pode causar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia, constipação e dor abdominal. Esses efeitos tendem a diminuir com o tempo, à medida que o corpo se ajusta ao medicamento. Efeitos colaterais mais sérios, embora raros, podem incluir pancreatite (inflamação do pâncreas), problemas na vesícula biliar e reações alérgicas graves. É importante conversar com um médico sobre os riscos antes de iniciar o tratamento.

— Embora Ozempic possa ajudar na perda de peso por si só, combinar o uso do medicamento com uma rotina regular de exercícios físicos pode potencializar seus efeitos. Exercícios ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina, aumentam o gasto calórico e contribuem para a saúde geral do corpo. Portanto, é altamente recomendado incorporar atividades físicas na rotina diária enquanto estiver utilizando Ozempic.

— Para maximizar os benefícios de Ozempic e manter uma dieta saudável, é importante incluir alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, legumes. Proteínas magras, como frango, peixe, carne vermelha magra são essenciais. Evitar alimentos processados, açúcares refinados e gorduras saturadas pode ajudar a melhorar os resultados do tratamento. Manter-se hidratado e evitar grandes refeições, optando por refeições menores e mais frequentes, pode ajudar a minimizar efeitos colaterais gastrointestinais.

— Antes de iniciar o tratamento com Ozempic, é crucial considerar o histórico médico pessoal e discutir com um médico sobre qualquer condição de saúde preexistente. É importante informar o médico sobre todos os medicamentos que está tomando para evitar interações medicamentosas. Avaliar os possíveis efeitos colaterais e o impacto do medicamento no estilo de vida diário também é fundamental. Além disso, ter em mente que Ozempic deve ser parte de uma abordagem mais ampla para a saúde, que inclua dieta equilibrada e exercício físico, é essencial para alcançar os melhores resultados.

Posicionamento sobre o uso off-label e efeitos adversos do Ozempic

Ozempic (semaglutida 1 mg) não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade. Aprovado pelas autoridades regulatórias do Brasil em agosto de 2018 para o tratamento do diabetes tipo 2 e comercializado a partir do primeiro semestre de 2019, o medicamento deve ser utilizado e comercializado sob prescrição médica, embora não haja necessidade de retenção da receita pela farmácia.

A Novo Nordisk reforça que efeito adverso nada mais é do que consequência direta do uso do medicamento, não sendo necessariamente algo grave ou ruim. Os distúrbios gastrointestinais, tal como náusea, foram os eventos adversos mais frequentemente relatados com o uso de Ozempic, sendo a maioria de intensidade leve a moderado e de forma transitória, não sendo necessário a interrupção do tratamento na grande maioria dos casos. Esses eventos ocorreram em uma proporção semelhante em relação a outros análogos de GLP-1.

Para minimizar os efeitos colaterais, o paciente deve buscar orientações junto ao seu médico. Em geral, comer porções menores nas refeições, parar quando se sentir satisfeito, evitar frituras e alimentos muito gordurosos, manter-se bem hidratado ao longo do dia e evitar álcool são atitudes que podem minimizar esses efeitos. A titulação (ajuste gradual da dosagem da medicação) de forma correta minimiza esse risco e pode ser adaptada, com orientação médica, à tolerabilidade do paciente.