Embora ainda exista sub-representação de sul-americanos quando assunto é mercado internacional, nunca antes houve tantos atores que vem furando a bolha do audiovisual global: Wagner Moura, Alice Braga, Gabriel Leone e André Lamoglia são apenas alguns exemplos da democratização de oportunidades que vem crescendo com a ascensão dos serviços de streaming e o potencial dos nossos artistas saltando aos olhos de todo o mundo.
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Inspirada pelo reconhecimento da própria latinidade e por uma das precursoras a colocar o nome do Brasil na indústria cinematográfica americana, Sônia Braga, Camilla Camargo posa para as lentes da dupla Pupin+Deleu, com styling de Cesar Cortinove, e fala sobre o sentimento de não pertencimento de muitos dos compatriotas quando se trata de fazer parte de desse universo que não se limita aos países de língua hispânica.
— Se muitas vezes não nos reconhecemos dentro dessa cultura, vale pensar o porquê, será pela possível barreira da língua? Já que eles têm como idioma o espanhol e nós o português? Acredito que isso interfira com certeza, mas fico muito feliz com esse movimento de pertencimento que vem crescendo. No momento que formos mais unidos, como potência que somos, ninguém segura! — diz em conversa com a ELA.
A tendência latina fairy (fada latina em português) faz referência também às produções protagonizadas por atrizes como Thalía, Salma Hayek e Penélope Cruz. Com estilo marcado por cores quentes e terrosas, transparência e peças que valorizem as curvas, especialmente a cintura, também não ficam de fora. E se de um lado a sensualidade é peça-chave, de outro, Camilla aponta o quanto é imprescindível ter personalidade mas não se limitar a uma caixinha.
— Acho incrível nos apropriarmos da nossa sensualidade mas, ao mesmo tempo, é importante que não nos limitem. Sinto falta de ver brasileiros representados de maneira além dos estereótipos que foram disseminados por décadas, em que a mulher é sempre 'a sexy', e o homem muitas vezes está associado a algo que remete a malandragem ou algo mais grosseiro. Nós somos plurais e já passou da hora de sermos vistos dessa maneira.
Fluente em inglês, Camilla, que morou por seis anos nos Estados Unidos, está confirmada em novo trabalho em solo nacional, em "A Caipora", longa destinado às telonas de cinema. Ela completa o trio de protagonistas ao lado de Kayky Britto e Nill Marcondes. Vivendo a investigadora de polícia Débora, o enredo se desdobra quando os personagens centrais se veem envolvidos em eventos aparentemente sobrenaturais após a descoberta dos corpos de dois jovens em uma mata local.
— Começam rumores sobre um suposto feitiço indígena para invocar a Caipora, personagem do folclore brasileiro que atua como protetora dos animais contra caçadores. Foi um deleite fazer um suspense cheio de reviravoltas e poder contar também com a energia de onde aconteceram as gravações, no caso, em aldeia indígena aqui em São Paulo.