"Posso garantir que Kylian Mbappé continuará no PSG este ano", disparou Fayza Lamari, mãe do astro francês logo nos primeiros momentos em que a relação do filho com o Paris Saint-Germain começava a azedar. O atacante havia acabado de comunicar à diretoria que não renovaria o contrato e sairia de graça para outra equipe ao fim da temporada. O PSG bateu o pé: caso o vínculo não fosse estendido, venderia para qualquer clube que oferecesse mais por ele. A aposta da mãe prevaleceu. Mbappé ficou em Paris até este mês, quando anunciou o acerto com o Real Madrid, sem custo aos merengues.
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"Se o Real Madrid conseguiu contratar Kylian é porque Fayza deu o sinal verde", destaca o jornal espanhol Marca.
O império de Fayza cobre quase todo o "mundo Mbappé", como classifica a publicação. Ela está à frente da Fundação Inspired by KM, aberta em 2020 com o objetivo de ajudar 98 crianças entre os 13 e os 21 anos e orientá-las na educação e no esporte. A iniciativa começou a partir de uma negociação (na verdade, um "ultimato") da mãe ao filho.
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Num trecho de entrevista ao programa "Envoyé Spécial", divulgado pelo jornal "Le Parisien" em fevereiro, Fayza conta que o filho concordou em reverter quase um terço dos lucros de suas empresas para a associação.
— Eu disse a ele: 'Não faço nada por menos que 30%! [Caso contrário] Vou me aposentar e farei o que todo mundo faz: vou de férias para as Maldivas, mas não trabalharei para você! — afirmou ela, no programa. — Em princípio, eu disse que seriam 50%, mas depois conversamos e ficou em 30%.
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Fayza não é agente nem se apresenta como tal, mas também é responsável pela negociação dos contratos do filho com os clubes, ressalta o Marca. Isso, embora desde a última renovação de Mbappé com o PSG tenha adotado postura mais discreta e alijada da mídia.
— Não há sentimento de culpa ou vergonha. Se pudéssemos ter assinado por 1 bilhão, teríamos feito isso. É o sistema — comentou ela ao "Envoyé Spécial".
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Em termos de imagem e comunicação, o staff mais próximo do atleta conta com a agência Patricia Goldman, localizada aos pés do Arco do Triunfo. Mas o império é, sobretudo, familiar. Fayza preside a Saziley Communication, fundada em 2022 em conjunto com a FLA (suas iniciais), cuja atividade é ligada ao esporte.
Já a empresa Interconnected Venture, antiga KEWJF (iniciais de cada membro da família), nomeou recentemente um novo CEO de confiança da família Mbappé para fazer a gestão, exploração e a comercialização de atletas de alto nível. Além do CEO, Fayza é próxima da advogada Delphine Verheyden, a quem apresenta a outros atletas de elite e compete validar contratos de imagem.
"Parece que tem sido vital para conseguir o melhor percentual de direitos de imagem no novo contrato com o Real Madrid, acostumado a distribuí-los igualmente com seus jogadores de futebol, e que conseguiu aumentar essa percentagem para 80% a seu favor", conta o jornal Marca.
Ainda de acordo com o Marca, o império Mbappé também conta com um braço imobiliário. Desde 2020, Fayza Lamari e Kylian Mbappé aparecem como líderes da Ohzora e da SCI Falam.
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Fayza é de origem argelina e foi jogadora de handebol no time Bondy até 2001.
"Ela era uma lutadora, mas também de sangue quente. Ela não gostava de receber cócegas e nem sempre era amigável com seus rivais", conta o ex-presidente do clube Jean-Louis Kimmoun.
Foi no subúrbio francês que Mbappé cresceu e começou a jogar futebol. Em 2013, ele chegou a fazer um teste no Real Madrid, mas a família optou por assinar com o Mônaco. O pai ficou responsável por conduzir a carreira do filho, nos primeiros treinos. Até que o jovem engrenou e "se tornou o Justin Bieber", como a própria Fayza definiu ao relatar os desafios da fama repentina do pequeno Kylian.