A lanterna do Brasileiro e a derrota no Fla-Flu selaram a demissão de Fernando Diniz nesta segunda-feira. O Fluminense perdeu os últimos quatro jogos, sendo dois clássicos (Flamengo e Botafogo), e somou apenas seis pontos em 11 jogos. Apesar do título da Libertadores em 2023, o treinador passou a ser alvo de críticas da torcida com a queda brusca de rendimento da equipe em 2024.
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No ano passado, a conquista da América exaltou o trabalho de Diniz, que é conhecido por ter um time ofensivo que prioriza a posse de bola. As apostas certeiras, como no jovem John Kennedy, que fez o gol que levou à glória eterna, não deixavam dúvidas sobre a capacidade do então técnico na segunda passagem pelas Laranjeiras. À época, a contratação de Marcelo veio a consagrar o estilo de jogo dele em um 2023 praticamente irretocável, em que terminou com a final do Mundial de Clubes contra o Manchester City, de Pep Guardiola.
Como disputou a competição internacional, o Fluminense teve menos tempo de pré-temporada do que os outros times brasileiros. Para piorar a situação, o elenco já contava com veteranos que podem ter sentido a preparação inadequada do tricolor até o começo do Carioca, em que não balançou as redes contra o rival Flamengo em dois jogos pela semifinal.
Por conta de 2023, o sucesso e a visibilidade tiraram uma peça-chave no funcionamento da equipe após essa temporada. O zagueiro Nino deixou o tricolor para jogar pelo Zenit, da Rússia, em 2024, o que trouxe feridas que ainda estão abertas. Exemplo disso é que o Fluminense não conseguiu manter a mesma qualidade na saída de bola, um dos pilares de Diniz, desde a saída do defensor.
Além disso, o estilo de jogo do comandante sempre prezou pela movimentação rápida de jogadores e aproximação para a troca de passes, mas, em 2024, o que se viu foi uma equipe mais espaçada, sem tantas associações e uma formação mais posicional. Na temporada, foram poucas as oportunidades de gols criadas em jogadas construídas como era de praxe sob o comando de Diniz em 2022 e 2023.
Contraste de 2023 para 2024
Outros fatores que podem explicar o contraste de um ano para o outro são o desempenho e a ausência do volante André, que está fora por lesão há cerca de dois meses. Em 2023, inclusive, o Fluminense fez de tudo para segurá-lo em meio a uma proposta na mesa do Liverpool-ING. Mesmo quando esteve presente neste ano, as atuações dele já não se destacavam tanto e davam sinais dos problemas que viriam pela frente.
Assim como André, Germán Cano, que foi o Rei da América em 2023, vive a pior fase com a camisa do Flu, com apenas cinco gols em 23 jogos. Keno, um dos pilares do time na conquista da América, tem dois em 14 jogos e ainda não fez uma grande partida em 2022. Samuel Xavier, outro jogador importante para o esquema de Diniz, passou boa parte do ano lesionado e tem somente dez jogos na temporada.
Em consequência disso, o tricolor optou pela saída do treinador que conquistou o maior título da história do clube, porém, não resistiu à sequência de derrotas que o levaram ao último lugar do Brasileiro até 11 rodadas disputadas. Com a demissão, Diniz sequer comandou o zagueiro Thiago Silva, que chegou ao Rio em início de junho.